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Mulher mostra o dedo sujo de tinta depois de votar para o parlamento | Amr Abdallah Dalsh/Reuters
Mulher mostra o dedo sujo de tinta depois de votar para o parlamento| Foto: Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Aviso

Impasse com ONGs é inaceitável

O governo militar egípcio que está no poder de forma transitória desde a queda do ex-ditador Hosni Mubarak, no ano passado, entrou num impasse com as ONGs apoiadas pelo governo norte-americano e realizou uma revista violenta em seus escritórios. Ontem, o Departamento de Estado dos EUA lançou uma advertência às autoridades egípcias, dizendo que tal atitude é inaceitável.

"Nós tínhamos recebido garantias dos líderes do governo egípcio de que o assunto seria resolvido (...) é francamente inaceitável para nós que essa situação não tenha voltado ao normal", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.

A reação do governo americano chega dias após a junta militar que governa atualmente o Egito ter enviado agentes aos escritórios de cinco ONGs sediadas no Cairo (entre elas duas apoiadas por Washington) para investigações.

Cidadãos egípcios fizeram filas em frente aos centros de votação em nove províncias para votar nesta terça-feira, na terceira e última rodada das primeiras eleições parlamentares após a queda de Hosni Mubarak. Cerca de 14 milhões de eleitores de um terço das 27 províncias do Egito devem eleger 150 membros do Parlamento. Os dois dias de votação acontecem em áreas conhecidas por serem redutos de partidos islamitas e não devem alterar o resultado das eleições.

A expectativa é que partidos islamitas consolidem suas vitórias nas primeiras duas rodadas e conquistem a maioria dos 498 assentos da Câmara Baixa. A soma dos votos obtidos pelo grupo islamita mais influente, a Irmandade Muçulmana, e o ultraconservador grupo salafista, chegou a cerca de 70% dos votos nas duas primeiras etapas da eleição.

Grupos liberais e seculares que lideraram o levante que forçou Mubarak a deixar o poder não conquistaram muitos votos na eleição realizada em três etapas, iniciada em 28 de novembro.

O número exato de cadeiras conquistadas por cada grupo ainda não é conhecido em razão do complicado sistema de votação usado no Egito.

Alguns assentos são determinados por uma corrida direta entre candidatos, enquanto outros são distribuídos de acordo com o porcentual que cada partido conquistou de forma global. A comissão eleitoral vai anunciar o resultado no final de todo o processo, o que deve acontecer em 13 de janeiro.

Uma das primeiras tarefas do Parlamento será selecionar um painel com 100 membros para escrever a nova Consti­­tuição do país

As três rodadas de votação escolhem os integrantes da Assembleia do Povo. Já a escolha dos integrantes do menos poderoso Conselho Shura acontece no final de janeiro e as duas casas devem iniciar suas sessões em março.

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