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Partidários de Mursi protestam perto da mesquita de Ennour, no Cairo | Reuters/Louafi Larbi
Partidários de Mursi protestam perto da mesquita de Ennour, no Cairo| Foto: Reuters/Louafi Larbi

A Presidência egípcia criticou nesta sexta-feira as palavras do líder dos Estados Unidos, Barack Obama, que ontem condenou os passos adotados pelas autoridades e as forças de segurança no Egito, e expressou seu temor diante da possibilidade destas "darem mais força aos grupos armados".

Em comunicado, a Presidência egípcia afirmou que "teme que as declarações não baseadas em verdades deem mais forças aos grupos armados e lhes encorajem a atentar contra a estabilidade e a transição democrática do país".

A nota explica que o Egito enfrenta atualmente "atos terroristas contra instituições governamentais e vitais, entre elas, dezenas de igrejas, tribunais, delegacias, serviços públicos e propriedades privadas".

O governo egípcio destaca que "grupos armados tiveram como objetivo as vidas das pessoas e expressões da civilização do Estado, como bibliotecas, museus, jardins e instituições educativas".

A Presidência egípcia avaliou o interesse dos EUA nos fatos no país, mas desejou que Washington "entenda corretamente o que ocorre".

Além disso, as autoridades egípcias esperam que a mensagem de Obama não se torne um obstáculo para aplicação do plano de transição, que inclui a reforma da Constituição e realização de eleições presidenciais e parlamentares.

A mesma nota ressaltou que o Egito aprecia as posturas dos estados do mundo, sempre e quando não afetem "sua soberania e suas decisões independentes para tornar realidade a vontade do povo".

Obama lançou ontem uma advertência ao governo interino do Egito ao cancelar os exercícios militares previstos para o próximo mês, apesar de ter ressaltado que seu Executivo "não tomará partido" por nenhuma das partes em confronto.

Em declaração em áudio desde a ilha de Martha's Vineyard, em Massachusetts, onde se encontra de férias, Obama se opôs "à imposição da lei marcial" ou estado de emergência, "que nega os direitos aos cidadãos sob o princípio de que a segurança supera à liberdade individual".

"Apesar de querermos manter nossas relações com o Egito, a cooperação tradicional não pode continuar da mesma forma enquanto estiverem matando civis nas ruas e restringindo os direitos", assinalou o líder americano.

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