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Partidários de Abdel Fattah al-Sisi comemoram a vitória do candidato na Praça Tahrir, no Cairo | REUTERS / Mohamed Abd El Ghany
Partidários de Abdel Fattah al-Sisi comemoram a vitória do candidato na Praça Tahrir, no Cairo| Foto: REUTERS / Mohamed Abd El Ghany

Abdel Fatah al-Sisi foi eleito presidente do Egito, de acordo com resultados divulgados nesta quarta-feira (28) por sua própria campanha e por fontes do Judiciário. Após três dias de eleições, um a mais do que o planejado, o ex-general líder do golpe militar responsável por depor Mohamed Mursi foi eleito com cerca de 90% dos votos e com um comparecimento de 44% dos eleitores.

Como sua eleição era dada por esperada, a maior expectativa era em relação ao comparecimento dos eleitores - uma forma de medir a legitimidade do pleito. Mursi, deposto por um golpe militar com apoio popular igual ou maior do que depôs Hosni Mubarack em 2011, foi eleito em eleições com comparecimento de 46%, no primeiro turno, e 52%, no segundo. Enquanto fotes judiciais das agências de notícias falavam em 89% de comparecimento, a campanha de Sisi saiu com um número maior, de 93,4%.

Sisi havia pedido aos egípcios que comparecessem em massa às urnas e chegou a mencionar o comparecimento de 80% dos eleitores, ou 40 milhões de pessoas.

O comparecimento inferior ao de Mursi e menor do que o esperado pelo status quo do Egito - que convocou incessantemente a população a votar via mídia e coação social - faz com que os grupos marginalizados pelo regime possam se considerar vitoriosos.

Entre eles estão a Irmandade Muçulmana e o Movimento Seis de Abril. Ambos lançados para a ilegalidade sobre o governo interino que, de fato, é comandado por Sisi. O baixo comparecimento faz coro ao discurso de analistas e militantes egípcios de que uma terceira revolução está em andamento e Sisi será o próximo autocrata a ser governo.

O argumento dos setores liberais é de que, após eleger um islamista e um militar os egípcios irão optar por um presidente verdadeiramente civil.

Já grupos islamistas, como a Irmandade Muçulmana, esperam a queda de Sisi para voltar ao poder e tentar suspender as centenas de processos judiciais e sentenças de morte aplicadas contra seus membros. Mursi está preso desde o golpe de 30 de junho passado.

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