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O Exército do Egito estabeleceu hoje (25) um prazo de 48 horas para que a organização islamita Irmandade Muçulmana concorde em fazer parte dos planos de reconciliação política no país.

Um ultimato similar foi feito no início deste mês, exigindo que o então presidente Mohamed Mursi respondesse às demandas populares contra sua Presidência. Com o fracasso em acalmar as manifestações, o islamita foi deposto em 3 de julho por meio de um controverso golpe militar.

"Nós vamos definitivamente reagir duramente contra qualquer chamado à violência ou terrorismo a partir de líderes da Irmandade Muçulmana ou de seus simpatizantes", afirmou ontem um oficial das Forças Armadas. "Vamos proteger manifestantes pacíficos, a despeito de sua filiação."

Mursi foi substituído pelo presidente interino Adly Mansur, que em seguida propôs um cronograma de transição política incluindo a realização de eleições parlamentares em um período de seis meses.A Irmandade Muçulmana, no entanto, se recusa a reconhecer o governo interino e travar qualquer tipo de acordo com a liderança militar. Seus simpatizantes seguem reunidos há três semanas no Cairo, em especial nos entornos da mesquita Rabia al-Adawiya, na região de Nasr City.

A Casa Branca pediu hoje que o Exército egípcio seja cauteloso e previna confrontos entre as facções no país, após o discurso televisionado ontem -em que o chefe militar Abdel Fatah al-Sisi sugeriu que a população vá às ruas amanhã protestar contra "a violência e o potencial terrorismo".

Há a previsão de manifestações em massa de islamitas na mesma data, o que causa temor de novos conflitos violentos. Em ocasiões anteriores, manifestantes islamitas tentaram marchar rumo à praça Tahrir, onde se concentram os opositores seculares. Houve embates nas pontes que cruzam o rio Nilo, com a intervenção do Exército.

Desde a deposição de Mursi, no início do mês, o Egito tem testemunhado uma onda de frequentes confrontos. Dezenas já morreram no país, incluindo 51 islamitas mortos após a repressão militar diante de um quartel da Guarda Republicana, no Cairo. No deserto do Sinai, tornaram-se recorrentes os ataques de militantes, preocupando também o vizinho Israel.

A transição política no Egito coloca os EUA em uma saia-justa diplomática, uma vez que esse país tem teoricamente de interromper, por lei, seu auxílio financeiro e militar ao Egito a partir do momento em que classificar a deposição de Mursi como um golpe militar.

Ontem, a administração de Barack Obama tomou a primeira medida concreta em relação à crise egípcia, interrompendo uma entrega de jatos F-16 prevista por acordo prévio.

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