As autoridades egípcias detiveram e expulsaram na terça-feira (4) a ativista irlandesa Mairead Maguire, de 70 anos, Prêmio Nobel da Paz de 1976, quando ela tentava entrar no país. A informação foi confirmada tanto pela ativista quanto pelo aeroporto.
"Nos levaram ao centro de detenção, nos interrogaram e nos mantiveram detidos por oito horas. Nos disseram que não permitiriam nossa entrada no Cairo e que partiríamos a bordo de outro avião", disse Maguire, por telefone.
Maguire, que recebeu o Nobel por seu trabalho no movimento pacifista da Irlanda do Norte, é co-fundadora da Comunidade dos Povos da Paz e costuma participar de protestos ao redor do mundo.
Não é a primeira vez que Maguire é expulsa ou detida de um país por essa atividade.
Em 2003, foi detida nos Estados Unidos durante um protesto contra a guerra do Iraque, ao lado da também Nobel da Paz Jody WIlliams e de Daniel Ellsberg, que vazou os Documentos do Pentágono em 1971.
Por duas vezes, em 2009 e 2010, embarcou em navios oferecendo ajuda humanitária a Gaza. Os barcos foram interceptados por Israel e os ativistas foram escoltados até o aeroporto para deixar o país. Na segunda vez, ela e seus colegas se recusaram a assinar um documento pelo qual se recusavam a recorrer da deportação.
Três meses após a interceptação do barco, ela foi barrada no aeroporto Ben Gurion, de Israel. O Supremo Tribunal de Israel decidiu que não procedia seu recurso da expulsão.
Logo depois, ela foi homenageada em Hiroshima, ao lado do Dalai Lama, em um encontro de laureados do Nobel da Paz contra a bomba atômica.