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Restaurador trabalha no Museu de Arte Islâmica depois que uma explosão destruiu parte do prédio e do acervo. | Amr Abdallah Dalsh/Reuters
Restaurador trabalha no Museu de Arte Islâmica depois que uma explosão destruiu parte do prédio e do acervo.| Foto: Amr Abdallah Dalsh/Reuters

A praça

Por causa do surto de violência dos últimos dias, a Praça Tahrir, no Cairo, ficou ontem protegida por alambrados, veículos militares e soldados das forças de segurança, que só permitiram o acesso à praça para os simpatizantes do governo interino.

Museu

Uma equipe de especialistas da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) viajará ao Cairo para avaliar os danos causados ao Museu de Arte Islâmica do Cairo, atingido por uma explosão na sexta-feira, anunciou ontem o ministro de Antiguidades do Egito, Mohammed Ibrahim. O museu também receberá da Unesco US$ 100 mil para ajudar na restauração. A explosão mirava um quartel da polícia, mas o museu também acabou sendo atingido.

49 pessoas morreram e 247 ficaram feridas, segundo informações oficiais, no fim de semana em que o Egito celebrou o terceiro aniversário do início das revoltas populares que levaram à queda do ditador Hosni Mubarak, governante do país entre 1981 e 2011.

  • Operário limpa cacos de vidro.

O governo interino do Egito fará a eleição presidencial antes do pleito legislativo, declarou ontem o presidente interino, Adly Mansour. A manobra política, segundo analistas, deve abrir caminho para a ascensão à presidência do comandante do Exército, o general Abdel Fattah al-Sissi, líder do golpe contra Mohammed Mursi, primeiro presidente eleito democraticamente na história do Egito.

As eleições parlamentares estavam previstas para ocorrer antes, segundo o plano elaborado pelo gabinete interino depois que o Exército derrubou Mursi, da Irmandade Muçulmana, em 3 de julho, após protestos contra o seu governo.

De acordo com a recém-adotada Constituição, a votação para presidente deverá ocorrer até abril e as parlamentares, até o fim de julho.

A decisão de revisar a ordem das eleições deverá aprofundar as tensões no Egito, que nos últimos meses tem enfrentado ondas frequentes de violência. No sábado, aniversário de três anos dos protestos que culminaram na renúncia do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011, 49 pessoas morreram em manifestações contra o governo atual.

"Tomei a decisão de alterar o cenário para o futuro, realizando a eleição presidencial primeiro e depois as eleições parlamentares", declarou o presidente interino em um discurso transmitido pela tevê. Mansour disse ainda que o aumento dos ataques contra as autoridades egípcias não atrapalhará a transição do país para a democracia.

Os críticos do governo golpista defendiam a mudança no planejamento eleitoral, dizendo que o país precisa de um líder eleito pelo voto popular para dirigir o Egito no atual cenário de crise política e econômica – e para firmar alianças partidárias antes das eleições parlamentares, que possivelmente trarão divisões.

Segurança Presidente anuncia "medidas excepcionais" contra terroristas Efe Com o aumento no número de atos terroristas ocorridos no Egito, o presidente interino Adly Mansour advertiu que tomará "medidas excepcionais e extraordinárias" para restaurar a segurança no país, se for preciso. Sem dar mais detalhes sobre que medidas seriam essas, Mansour ordenou que sejam habilitados tribunais adicionais para acelerar os processos dos acusados por terrorismo. O mandatário pediu à promotoria que revise os casos dos milhares de presos nos últimos meses, especialmente dos estudantes detidos nas universidades durante os protestos que reuniram grupos a favor e contra o governo, para que sejam libertados os que não tiverem participado de atos criminosos.

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