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| Foto: Fabrizio Bensch/Reuters

44% dos votos é o que as pesquisas mais recentes indicam que deverá receber a coalizão de Angela Merkel nas eleições de hoje. Para garantir maioria no Parlamento, estima-se que são necessários pelo menos 46% dos votos.

Oponente tem currículo, mas pouco carisma

O principal oponente de Angela Merkel na disputa pela liderança da Alemanha é Peer Steinbrück, de 66 anos, amplamente conhecido no país e candidato a chanceler pelo SPD. Ele já comandou o Estado mais populoso do país, o North Rhine-Westphalia, e ajudou a Alemanha a passar pela crise financeira de 2008 como ministro de Finanças.

Apesar do currículo político, analistas afirmam que Steinbrück não é carismático e que é conhecido por suas gafes e postura agressiva. Este ano, ele afirmou que "dois palhaços" venceram as eleições na Itália, referindo-se ao ex-comediante Beppe Grillo e ao ex-premiê Silvio Berlusconi. Seu patrimônio também é alvo de críticas, por ter crescido significativamente com palestras após ele ter deixado o governo, em 2009.

Até agora, os eleitores alemães tiveram apenas uma oportunidade de assistir a um embate entre Merkel e Steinbrück. O único debate eleitoral televisionado na Alemanha ocorreu no início do mês e, segundo pesquisas de opinião feitas com espectadores, Merkel não obteve uma vitória clara.

Avaliação

O levantamento da rede de televisão pública ARD mostrou que Steinbrück levou a melhor no debate, com 49% dos entrevistados afirmando que ele foi "mais convincente". Entre os eleitores ainda indecisos, 54% avaliaram a performance de Steinbrück como superior.

Na visão do BNP Paribas, o debate ficou no zero a zero. "Durante uma hora e meia, dois políticos apresentaram suas visões sobre diversos assuntos, mas sem novas ideias", afirmou o banco.

A Alemanha realizará eleições gerais hoje e são grandes as chances de a chanceler Angela Merkel ter de formar uma coalizão com o Partido Social Democrata (SPD, na sigla em alemão), seu principal adversário nas urnas. Esse cenário desperta incerteza, uma vez que ambos têm visões opostas sobre questões econômicas importantes. As últimas pesquisas indicam que a chanceler não deve conseguir maioria para formar um governo sem se aliar ao SPD.

Essa parceria já aconteceu entre 2005 e 2009 e poderia diminuir a postura austera da Alemanha no combate à crise da zona do euro, uma vez que o SPD defende políticas voltadas ao crescimento econômico. Analistas do BNP Paribas afirmam que esse é o cenário mais provável, uma vez que uma aliança da coalizão CDU/CSU com outros partidos de oposição, que não o SPD, não deve ser suficiente para obter maioria no Parlamento alemão.

"Apesar de não ser a opção preferida de nenhum dos dois lados, algumas pesquisas sugerem que essa é a opção preferida do eleitorado", diz Evelyn Hermann, economista para Europa do BNP Paribas, argumentando que as chances de uma "grande coalizão" são maiores do que as chances de o governo continuar da forma que está atualmente.

Pesquisas

As pesquisas mais recentes, conduzidas pelo Instituto Allensbach e pelo Forsa, mostraram que a coalizão de centro-direita de Merkel não deve obter votos suficientes para formar o governo sem uma aliança. O Instituto Forsa aponta que a coalizão receberá 44% dos votos. Os demais partidos com representação relevante – SPD, Partido Verde e A Esquerda – também somam 44% dos votos na pesquisa.

Ainda há o risco de o Partido Liberal Democrata (FDP), parceiro da coalizão de Merkel, não conseguir a marca mínima de 5% dos votos para obter participação no Parlamento. Segundo a economista do Paribas, esse cenário é reforçado pela incerteza gerada com o novo partido antieuro do país, o Alternativa para a Alemanha (AfD). Uma pesquisa do Instituto Insa, divulgada na quinta-feira, foi a primeira a mostrar o AfD com 5% dos votos, nível mínimo para obter participação no Parlamento.

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