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Manifestantes protestam no centro do Cairo para lembrar a repressão policial | Odd Andersen/AFP
Manifestantes protestam no centro do Cairo para lembrar a repressão policial| Foto: Odd Andersen/AFP

A primeira fase das eleições parlamentares no Egito registrou "a mais alta participação desde os tempos faraônicos", ironizou ontem o chefe da comissão eleitoral, Abdel Moez Ibrahim.

Segundo ele, votaram mais de 8,5 milhões dos 13,6 milhões de eleitores registrados para esta rodada, um recorde para os padrões egípcios.

O comparecimento de 62% foi menor que os 70% previstos pela junta militar. Mas ficou bem acima do que se esperava depois dos protestos que deixaram 42 mortos no Cairo e elevaram a pressão contra os generais.

Aguardados com enorme expectativa, os resultados oficiais da primeira eleição desde a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro, haviam sido prometidos para 20 h (16 h de Brasília) de hoje. Três horas depois, ainda não haviam saído.

O chefe da comissão eleitoral tratou de prolongar ainda mais o suspense. Quando se preparava para anunciar os resultados, Ibrahim pôs fim subitamente à entrevista. "Não tenho mais energia. Fiquei sem gás", disse, instruindo os jornalistas a consultar por conta própria os volumosos resultados, que prometeu liberar em seguida.

Pesquisas preliminares indicavam a liderança do partido Liberdade e Justiça, da Irmandade Muçulmana, com cerca de 40% dos votos.

Em seguida, de acordo com as previsões, vinha outro partido islâmico, o salafista (ultraortodoxo) Al Nour, a grande surpresa da eleição. A aliança liberal Bloco Egípcio, teria ficado em terceiro.

Nesta primeira fase, realizada nas últimas segunda e terça-feiras, votaram os moradores de nove dos 27 distritos do país.

Mais duas rodadas de votação acontecem até janeiro para a Assembleia Popular, a câmara baixa. Em seguida haverá mais três fases de votação para a Shura, câmara alta do Parlamento.

A principal atribuição da Assembleia será criar uma comissão que redigirá a nova Constituição do país. Diante da alta participação, a Irmandade Muçulmana já defende que o Parlamento forme o governo provisório.

Na Praça Tahrir, manifestantes fizeram um funeral simbólico, em homenagem aos 42 mortos na repressão policial da semana passada.

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