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O eleitorado de Massachusetts compareceu em grande número às urnas nesta terça-feira para eleger um novo senador, numa disputa que pode abalar o domínio democrata no Senado e dificultar a aprovação da reforma da saúde pública.

O que há poucas semanas parecia um mero trâmite para substituir o falecido Edward "Ted" Kennedy, ícone do Partido Democrata, virou agora uma disputa acirrada, com a ascensão de última hora nas pesquisas do senador estadual Scott Brown, republicano.

Se ele derrotar a democrata Martha Coakley, secretária estadual de Justiça, o partido governista perderá a maioria qualificada de 60 por cento (ou 60 cadeiras) no Senado, margem importante para evitar obstruções da oposição.

Em Washington, Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca, disse que o presidente Barack Obama não acredita que a reforma da saúde, sua maior prioridade doméstica, será barrada se Scott vencer. Mas Obama estava "surpreso e frustrado" e "nada satisfeito" com o acirramento da disputa, disse Gibbs.

Apostando na vitória de Brown e contra a aprovação da reforma, os investidores provocaram uma alta nas ações de planos de saúde e laboratórios farmacêuticos, enquanto as ações de hospitais caíram.

As urnas permanecem abertas até as 20h (23h em Brasília), e o resultado da apuração, nesse cenário tão disputado, pode demorar horas. Ao contrário do que habitualmente ocorre em eleições suplementares - ainda mais em épocas de muito frio -, esta votação atraiu um grande eleitorado, semelhante ao das eleições regulares, segundo avaliação do secretário de Estado de Massachusetts, Willliam Galvin.

Analistas dizem que o comparecimento elevado pode beneficiar a campanha de Brown, que vem demonstrando mais energia, embora o eleitorado registrado como democrata no Estado tenha uma vantagem numérica considerável.

Massachusetts é um tradicional reduto democrata, e Kennedy ocupou a vaga por 47 anos, até morrer em agosto de câncer no cérebro. A última vez que um republicano se elegeu senador por lá foi em 1972, mas desta vez a crise econômica e as dúvidas da população sobre a reforma da saúde podem propiciar uma mudança.

Uma derrota na eleição suplementar de Massachusetts pode também ser um péssimo prenúncio para Obama na eleição parlamentar de novembro, quando haverá renovação de toda a Câmara e parte do Senado.

Fazendo campanha contra a proposta de reforma da saúde, o afável Brown atraiu o apoio de eleitores independentes, muitos dos quais haviam votado em Obama para presidente em 2008.

"Há uma raiva, uma frustração que está sendo sentida em Massachusetts", disse James Gomes, diretor do Instituto Mosakowski para o Empreendimento Público da Universidade Clarke.

Várias pesquisas das últimas semanas apontam empate técnico entre Brown e Coakley. Ambos os partidos investiram milhões de dólares em publicidade na TV.

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