
Os sírios votaram ontem em uma eleição que deve resultar na esmagadora vitória do presidente Bashar al-Assad, em meio a uma guerra civil que divide o país e já matou mais de 160 mil pessoas.
Os opositores de Assad, incluindo combatentes rebeldes, a oposição política no exílio, potências ocidentais e árabes da região do Golfo Pérsico consideraram a eleição fraudulenta, dizendo que nenhuma votação com credibilidade pode ser realizada em um país no qual amplas partes do território estão fora do controle estatal e milhões de pessoas tiveram de fugir de suas casas.
Insurgentes que lutam para depor Assad aumentaram os ataques em áreas controladas pelo governo durante a preparação da eleição, na tentativa de interromper a votação.
Os colégios eleitorais abriram às 7h (horário local) em parte da Síria onde Assad continua a governar, e a televisão estatal transmitiu imagens de pessoas fazendo fila para depositar os votos em várias cidades.
"Esperamos segurança e estabilidade", disse Hussam al-Din al Aws, um professor de árabe que foi a primeira pessoa a votar em um colégio eleitoral em Damasco. Questionado sobre quem venceria, ele respondeu: "Se Deus quiser, o presidente Bashar al-Assad".
História
Assad está concorrendo contra dois candidatos relativamente desconhecidos, que foram aprovados por um Parlamento dominado por seus aliados. Essa foi a primeira vez em meio século em que os Sírios tiveram opção de escolha de candidatos.
As últimas sete eleições presidenciais foram um referendo para aprovar Bashar ou seu pai, Hafez al-Assad. Hafez nunca teve aprovação menor do que 99%, enquanto Assad conquistou 97,6% há sete anos.



