Três brigadas do Exército iraquiano que estão na região curda do norte e no sul xiita do país serão levadas para Bagdá para uma ação de segurança considerada central para as esperanças de evitar uma guerra civil, disse neste domingo uma autoridade iraquiana.
Sami al-Askari, assessor do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, disse que a movimentação das tropas é parte de um plano que prevê que as forças iraquianas assumam a responsabilidade da segurança de Bagdá, com as forças multinacionais lideradas pelos Estados Unidos encarregadas dos arredores da capital.
Neste domingo - um dia depois de o premier anunciar um plano para acabar com os grupos armados ilegais ligados a facções e linhas políticas - atentados a bomba e ataques deixaram pelo menos 17 mortos , entre eles o segurança do ministro da Educação em um atentado.
O anúncio de reforço de segurança, feito pelo premier, acontece no momento em que o presidente dos EUA, George W. Bush, conduz mudanças de comandantes e diplomatas no Iraque e se prepara para divulgar uma nova estratégia, na próxima semana, que segundo autoridades pode incluir uma proposta de envio de mais 20 mil soldados a Bagdá. As brigadas iraquianas têm em torno de 1.200 soldados.
Askari disse que duas brigadas do norte, com maioria de soldados de origem curda, e uma do sul xiita serão enviadas a Bagdá para participar de uma operação que pretende limpar áreas que são "bases para grupos terroristas" e estacionar tropas a longo prazo.
Quando forças dos EUA lançaram uma grande operação em Bagdá na metade do ano passado, os esforços foram prejudicados porque não puderam manter o controle das áreas de onde os grupos haviam sido retirados.
Algumas unidades do Exército iraquiano se recusaram a ser enviadas para zonas de combate e ficou provado que é difícil deixar de lado as lealdades sectárias.
Askari disse estar confiante de que as três brigadas adicionais podem chegar em breve e disse que o governo está determinado a combater a infiltração de milícias nas forças armadas.
- Há um plano junto com o plano de segurança para tentar limpar o Ministério do Interior e o Ministério da Defesa destes elementos - disse. - Isso leva tempo, porque não é uma tarefa fácil... (mas) sem isso o povo não vai confiar nas forças de segurança.
Bagdá, onde vive mais de um quarto da população iraquiana, vem sendo alvo de violência.
O enviado dos EUA, Zalmay Khalilzad e o general George Casey, que serão substituídos, disseram em comunicado conjunto que as forças norte-americanas estão prontas para ajudar a implementar o plano de Bagdá "conforme determinado pelos comandantes iraquianos e da coalizão".
Uma reportagem da televisão americana disse que o secretário de Defesa, Robert Gates, recomendou o envio de mais dez mil soldados ao Iraque, com opção de dobrar o número para 20 mil nos próximos três meses. O Pentágono e a Casa Branca se recusaram a comentar a reportagem.
Os oponentes democratas de Bush, que na semana passada assumiram o controle do Congresso americano, questionam a necessidade de envio de mais tropas ao Iraque. Mais de três mil soldados dos EUA morreram no Iraque, desde a invasão em 2003, e muitos eleitores são a favor de uma retirada rápida das forças.
Ainda neste domingo, autoridades iraquianas disseram que ainda não foi marcada uma data para o enforcamento do meio-irmão de Saddam Hussein, Barzan Ibrahim al- Tikriti, e do ex-juiz Awad Hamed al-Bande. Os dois foram condenados à morte junto com Saddam por crimes contra a humanidade, devido à morte de 148 xiitas na década de 1980.



