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Youssef Belhadj, acusado de ter planejado os atentados a bomba de 2004 em Madri e de ter assumido a autoria dos ataques em nome da Al Qaeda, negou na sexta-feira, diante de uma corte espanhola, ser membro de qualquer grupo extremista.

Belhadj foi o segundo homem a ser questionado em meio a um dos maiores julgamentos da Europa envolvendo o crime de terrorismo. O julgamento começou na quinta-feira.

O marroquino enfrenta várias acusações, entre as quais a de assassinato das 191 pessoas mortas nos atentados a bomba realizados em quatro trens lotados de Madri, em 11 de março de 2004.

A polícia acredita que Belhadj é o homem que aparece em um vídeo encontrado dois dias depois dos ataques afirmando que os atentados eram um ato de vingança devido ao apoio da Espanha às ações militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

No dia seguinte, os espanhóis foram às urnas e tiraram o governo conservador do poder, um aliado fiel dos norte-americanos, e o substituíram pelo atual governo socialista, responsável pela retirada dos soldados espanhóis do Iraque.

Segundo um relatório da promotoria, o sobrinho de Belhadj afirmou que o réu era membro da Al Qaeda e que havia recrutado muçulmanos para irem até o Afeganistão treinar para a jihad, ou guerra santa.

Belhadj, um dos quatro homens acusados de terem planejado os atentados de Madri, recusou-se a responder às perguntas da acusação apresentadas na sexta-feira.

O advogado de defesa dele fez várias perguntas ao réu. Perguntou, entre outras coisas, se ele era membro da Al Qaeda, se já havia falado com ou recebido mensagens de Osama bin Laden e se já havia enviado alguém para campos de treinamento de militantes no Afeganistão.

Para cada uma das perguntas, Belhadj respondeu apenas: ''Não''.

O réu seguiu a mesma linha adotada por Rabei Osman Sayed Ahmed, também acusado de ser um dos mentores dos atentados de Madri. Na quinta-feira, Ahmed condenou os ataques.

Equipe de quatroO

Mais tarde, a corte questionou Hassan el Haski, também acusado de planejar os atentados de Madri em resposta a uma convocação feita por Bin Laden em 2003 para que fossem realizados ataques contra os aliados dos EUA.

A promotoria pede que Ahmed, Belhadj e el Haski sejam condenados, cada um, a mais de 38 mil anos de prisão. A pena máxima que uma pessoa pode cumprir na Espanha é de 40 anos.

O quarto homem acusado de ter planejado os ataques, Serhane ben Abdelmajid Faked, conhecido como ``O Tunisiano'', é um dos sete suspeitos que morreu na detonação de explosivos dentro de um apartamento poucas semanas depois dos atentados.

O julgamento deve durar cerca de cinco meses, após o que o painel de três juízes se recolherá para decidir sobre as sentenças.

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