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Manifestantes na “Marcha pela Paz”, em Lima, Peru.| Foto: EFE/ Bienvenido Velasco

Vestidos com a camisa da seleção peruana de futebol ou usando roupas brancas, cerca de mil peruanos marcharam na tarde desta sexta-feira (16), na capital Lima, para mostrar seu apoio às Forças Armadas e à Polícia Nacional, no contexto dos protestos antigovernamentais dos últimos dias em várias partes do país, nos quais morreram 20 pessoas até agora.

Chamada de "Marcha pela Paz" e convocada por organizações civis, os participantes exigiram o fim da violência e agradeceram às forças da ordem por seu trabalho para manter a segurança no país.

"Polícia Nacional, orgulho do Peru", "Terrorismo nunca mais" e "Peru, eu te amo, por isso te defendo" eram alguns dos gritos dos cidadãos, que carregavam balões brancos como um símbolo de paz. Os participantes se reuniram no centro de Lima e acabaram na praça San Martín, onde nos últimos dias manifestantes de várias partes do Peru tentam invadir e pedem o fechamento do Congresso e a realização de eleições antecipadas, bem como a convocação de uma Assembleia Constituinte.

O Peru vive dias de tensão social e política desde 7 de dezembro, dia do autogolpe fracassado do ex-presidente Pedro Castillo, quando o Congresso o destituiu e, pouco depois, foi preso. Por conta disso, a Justiça peruana decretou 18 meses de prisão preventiva para o ex-governante.

A vice-presidente, Dina Boluarte, tomou posse de imediato como chefe de Estado, e três dias depois eclodiram manifestações, protestos e motins em grande parte do país, nos quais, até agora, 20 pessoas morreram e mais de 200 policiais ficaram feridos.

Castillo ficará 18 meses preso em mesmo quartel onde Fujimori cumpre pena

Pedro Castillo vai cumprir 18 meses de prisão preventiva no presídio de Barbadillo, localizado no mesmo quartel policial onde o também ex-mandatário Alberto Fujimori cumpre uma pena de 25 anos por crimes contra a humanidade, anunciou na sexta (16) o Instituto Nacional Penitenciário (INPE).

O órgão informou em comunicado que a decisão de manter Castillo no mesmo local onde ele estava preso temporariamente desde 7 de dezembro foi tomada "por razões de segurança, para proteger sua integridade física pessoal, devido à sua condição de ex-presidente da República".

Além disso, detalhou que a Junta Técnica de Classificação do INPE, formada por uma psicóloga, um advogado e uma assistente social, determinou, em primeiro lugar, que o ex-governante fosse enquadrado "no regime ordinário" de prisão.

“O Instituto Penitenciário Nacional garante a segurança e a integridade física das pessoas privadas de liberdade nos estabelecimentos penitenciários em nível nacional”, completou.

O juiz Juan Carlos Checkley, do Tribunal Supremo de Investigação Preparatória do Peru, decretou na quinta-feira (15) 18 meses de prisão preventiva para o ex-presidente, enquanto é investigado pelos crimes de rebelião e formação de quadrilha pelo autogolpe fracassado de 7 de dezembro.

Dessa forma, o juiz acatou o pedido formulado pelo Ministério Público que havia considerado que “existe um período processual de fuga” no qual teve um peso específico o fato de que, minutos antes da sua destituição, tenha tentado dirigir-se à embaixada do México em Lima para pedir asilo.

Castillo será investigado como suposto coautor dos crimes de rebelião e formação de quadrilha, bem como como suposto autor dos crimes de abuso de autoridade e grave perturbação da tranquilidade pública. A investigação foi descrita como "complexa" pelo Ministério Público e terá uma duração de oito meses.

Governo eleva para 20 o número de mortos nos protestos no Peru

Também na sexta-feira (16), o Ministério da Saúde peruano confirmou que até aquele momento 20 pessoas morreram e 63 permaneciam hospitalizadas após os protestos ocorridos em várias partes do país que pedem a renúncia da presidente Dina Boluarte e o fechamento do Congresso, entre outras demandas.

A pasta de Saúde peruana detalhou no Twitter que, do total de mortes, oito aconteceram no departamento de Ayacucho, seis em Apurímac, três em La Libertad, uma em Cusco, outra em Junín e outra em Arequipa.

Quanto aos hospitalizados, 26 deles estão em Ayacucho, onde na quinta-feira os manifestantes tentaram tomar o aeroporto, o que levou os militares a abrir fogo contra eles, como pode ser visto em vários vídeos publicados nas redes sociais.

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