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A BR-487, estrada federal, está em pior condições do que estradas rurais | Reprodução Paraná TV
A BR-487, estrada federal, está em pior condições do que estradas rurais| Foto: Reprodução Paraná TV

Bagdá – Ataques e explosões mataram ontem no Iraque mais de 50 peregrinos, que celebravam o último dia da Ashura, cerimônia mais importante do calendário xiita que relembra o martírio do imã Hussain, personagem da tradição xiita e neto do profeta Maomé.

A violência contra os fiéis ocorreu mesmo sob um forte esquema de segurança das forças iraquianas, que foi montado em todo o país já que atentados costumam ser freqüentes na época da Ashura. Em 2005, 55 xiitas foram mortos e no ano anterior, houve 181 vítimas.

Somente na cidade sagrada de Kerbala, foram enviados 11 mil policiais para proteger os dois milhões de peregrinos que se dirigiram para lá no último dia da cerimônia. Mas se os fiéis em Kerbala conseguiram celebrar a data com certa tranqüilidade, o mesmo não ocorreu em outras cidades iraquianas.

O pior atentado ocorreu na localidade de Balad Ruz, próxima à fronteira com o Irã, quando um homem-bomba se explodiu na entrada de uma mesquita, matando 26 fiéis e ferindo outros 47. A 80 quilômetros dali, em Khanaqin, uma bomba foi detonada em uma estrada onde os peregrinos xiitas caminhavam, matando 13 pessoas.

"Eu tinha o pressentimento que algo ia acontecer, porque os terroristas sempre atacam os xiitas durante Ashura", disse Nawal Hasson, moradora de Khanaquin que insistiu, em vão, para que seu marido e filho não fossem à celebração. Os dois tiveram ferimentos nas pernas por causa da explosão.

Os bairros xiitas de Bagdá também não ficaram livres dos ataques sunitas. Em Bayaa, um grupo armado atirou contra uma van a caminho de uma mesquita e matou sete xiitas. Outros atentados deixaram pelo menos cinco mortos na cidade. O conflito sectário que vêm atingindo o país cada vez com mais violência faz muitos especialistas afirmarem que o Iraque vive hoje sob uma guerra civil.

A ofensiva militar que matou no domingo ao menos 250 rebeldes em Najaf foi criticada ontem por militares e políticos americanos e iraquianos. "O grupo (identificado como a milícia "Soldados do Céu") estava mais equipado que o governo", afirmou Abdul Hussein Abtan, governador da província de Najaf.

As autoridades, que não quiseram ser identificadas, questionaram o fato de os rebeldes terem construídos acampamentos, trincheiras, túneis e bloqueios sem que as forças iraquianas percebessem. Também não foi explicado como os rebeldes conseguiram armazenar artilharia antiaérea, mais de 40 metralhadoras e centenas de armas de fogo. Segundo militares, o primeiro contingente de soldados iraquianos teve de recuar por causa do forte tiroteio, e o conflito só teria sido vencido depois da vinda de reforços americanos. Os iraquianos assumiram o controle de Najaf das mãos dos EUA há um mês.

O porta-voz do Ministério da Defesa, Mohammed al-Askari, disse que o saldo final da batalha em Najaf ficou em 263 insurgentes mortos. Askari disse ainda que mais de 500 pessoas foram presas.

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