O herói da independência e ex-presidente Xanana Gusmão tomou posse na quarta-feira como primeiro-ministro de Timor Leste, onde a violência continua atingindo algumas áreas leais ao partido Fretilin, agora fora do governo.
Superando um impasse após as eleições parlamentares realizadas há mais de um mês, o presidente José Ramos-Horta nomeou na segunda-feira a coalizão de Gusmão para governar, já que nenhum partido obtivera sozinho a maioria absoluta.
A decisão de Ramos-Horta desencadeou protestos de seguidores do Fretilin, que reivindica o governo para si e acusa o presidente de violar a Constituição.
Gusmão prestou juramento numa cerimônia em Dili, a capital.
"Servirei à nação com base nas leis e na Constituição com toda a minha capacidade pelo povo, a prosperidade, a consolidação da independência e a unidade nacional", disse o barbudo ex-guerrilheiro, com a mão sobre a Constituição.
O novo governo tem 12 ministros. O ex-chanceler José Luis Guterres, do Fretilin, será o vice-premiê.
A polícia disse ter havido novos incidentes de violência na quarta-feira nos distritos de Baucau e Viqueque. Não houve relatos de violência na capital, onde jovens queimaram pneus e vandalizaram prédios na véspera.
A violência entre as facções surgiu no ano passado, levando dezenas de milhões de pessoas a deixarem suas casas no miserável país de 1 milhão de habitantes, uma ex-colônia portuguesa que passou 24 anos sob ocupação indonésia e se tornou independente em 2002.
A turbulência, que matou 37 pessoas, foi iniciada como reação a uma decisão anterior do governo de demitir 600 soldados.
A Frente Timorense de Libertação Nacional (nome completo do Fretilin) conquistou em junho 21 das 65 vagas do Parlamento. O Congresso Nacional para a Reconstrução Timorense (CNRT), fundado por Gusmão no começo deste ano, elegeu 18 deputados.
O Fretilin, principal responsável pela luta contra a ocupação indonésia, reivindicou o direito de formar o governo por ter tido mais votos. Porém, o CNRT conseguiu montar uma coalizão com partidos menores para alcançar a maioria.
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