
Dois piratas disseram nesta segunda-feira (13) à imprensa da Somália que matarão quaisquer reféns americanos e franceses que o grupo fizer. A promessa de vingança veio depois que a Marinha dos EUA realizou operação que libertou o capitão americano do navio Maersk Alabama, Richard Phillips, no domingo. Na ação, três piratas morreram. Os criminosos também prometeram retaliar o ataque francês, no sábado, contra um veleiro sequestrado uma semana antes, em que um refém e dois piratas morreram.
"Decidimos matar marinheiros americanos e franceses se eles estiveram entre os nossos futuros reféns", ameaçou Abdullahi Ahmed, membro de um grupo de piratas baseado em Harardhere, cidade no litoral na Somália.
Os marinheiros do Maersk Alabama pediram ao presidente Barack Obama que os EUA façam uma grande ação militar para lhes garantir melhores condições de segurança nos mares. Oficiais da Defesa americana disseram à agência Bloomberg, nesta segunda-feira, que a Marinha dos Estados Unidos considera atacar bases piratas em terra na Somália e oferecer ajuda à população local para dar fim à prática de sequestro de navios na costa africana.
Os militares americanos também formulam propostas para ajudar o governo da Somália a treinar forças de segurança e a desenvolver uma guarda costeira para o país, disseram os oficiais da Defesa, que pediram anonimato. Os planos serão apresentados ao governo americano, que espera também uma resposta internacional à pirataria.
O país africano vive décadas de caos político, o que favorece a ação de gangues de piratas, que atuam principalmente no Golfo de Áden, porta do Mar Vermelho.
No domingo, atiradores da Marinha abriram fogo contra o bote dos piratas depois de observar um deles apontando um fuzil AK-47 contra Phillips. O capitão era refém dos criminosos havia cinco dias. O americano não ficou ferido na ação. Os piratas mortos foram identificados como Mohamed Ahmed Adawe, Nur Dalabey e Khalif Guled. Dois deles - Dalabey e Guled - estavam entre os mais "experientes homens" de um grupo que costuma atacar embarcações comerciais no Índico.
Nesta segunda-feira, insurgentes somalis lançaram morteiros na direção do avião que levava o congressista americano Donald Payne ao decolar do aeroporto de Mogadíscio, capital somali. Ninguém ficou ferido.



