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Conversa com o candidato libertário à presidência argentina faz parte de uma agenda do FMI de manter contato com “referências políticas e econômicas”
Conversa com o candidato libertário à presidência argentina faz parte de uma agenda do FMI de manter contato com “referências políticas e econômicas”| Foto: EFE/Gala Abramovich

Uma equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI) se reuniu virtualmente nesta sexta-feira (18) com o candidato mais votado nas eleições primárias argentinas, Javier Milei, para trocar pontos de vista sobre as atuais perspectivas econômicas do país.

No encontro, o candidato libertário, que é economista, se comprometeu a fazer um ajuste fiscal mais rigoroso do que o exigido à Argentina pelo fundo, caso seja eleito em outubro.

Em comunicado, o FMI explicou que a reunião contou com a presença do diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, Rodrigo Valdés, assim como de outros membros da instituição e da equipe de Milei.

“A discussão foi uma oportunidade para trocar pontos de vista sobre as atuais perspectivas econômicas da Argentina e para compreender as suas prioridades políticas”, detalhou o FMI.

De acordo com a entidade, a reunião faz parte dos contatos regulares e de rotina do FMI com “um vasto leque de referências políticas e econômicas”, incluindo as que têm programas com a instituição, para “compreender os seus pontos de vista e opiniões sobre os objetivos gerais e as principais políticas dos programas”.

O FMI confirmou na terça-feira que já havia contatado Milei após os resultados das eleições do domingo passado, no âmbito destas reuniões “regulares” com “referências políticas e econômicas”.

Segundo um comunicado da coalizão A Liberdade Avança, publicado pelo jornal Clarín, o candidato e sua equipe econômica informaram ao fundo que promoverão uma série de medidas caso Milei seja eleito presidente: um grande ajuste fiscal, maior do que o exigido pelo próprio FMI; unificação das taxas de câmbio; acabar com o déficit público, via redução de gastos; abertura da economia argentina; um ajuste que “não será pago pela sociedade ou pelo setor produtivo”, mas através de “uma profunda reforma do Estado”; promover a modernização das leis trabalhistas; e uma reforma monetária que acabe com o Banco Central.

Segundo Dario Epstein, integrante da equipe econômica de Milei, o candidato disse durante a reunião que seu governo “não dará calote no FMI ou na dívida soberana”.

Na segunda-feira passada, o FMI emitiu um comunicado sublinhando que aprecia as medidas tomadas até agora pela Argentina e recordou que a última revisão do acordo do país deverá ser aprovada pela diretoria em 23 de agosto.

“Apreciamos as recentes ações políticas das autoridades e o seu empenho em salvaguardar a estabilidade, reconstituir as reservas e fortalecer a ordem fiscal”, afirmou a porta-voz do FMI, Julie Kozack, em breve comunicado.

A declaração foi feita pouco após a Argentina ter decidido, na segunda-feira, desvalorizar o peso em 22% na taxa de câmbio oficial a atacado.

Argentina e FMI assinaram um acordo em 2022 para refinanciar a dívida contraída em 2018, durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019), um acordo que está sujeito à implementação contínua das ações políticas acordadas e às suas revisões a cada vários meses.

Em 23 de agosto, a diretoria executiva do FMI deverá se reunir para “aprovar os resgates acordados” de US$ 7,5 bilhões, selando assim o último requisito para a aprovação desta revisão.

Com 30,28% dos votos, Javier Milei, líder do A Liberdade Avança, venceu as eleições primárias do domingo passado.

O atual ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, responsável pelas negociações com o FMI, foi o segundo candidato mais votado, com 21,22%, mas sua coalizão foi apenas a terceira mais votada, atrás da de Milei e da Juntos pela Mudança, que terá Patricia Bullrich como candidata à presidência em outubro. (Com Agência EFE)

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