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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Pouco depois de desembarcar em Teerã em uma visita história, o presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que nenhum país da região do Mar Cáspio deve permitir que seu território seja usado para atacar um vizinho. A declaração, que parece selar a posição russa em resposta a ameaças de potências ocidentais sobre uma ação militar contra o Irã, foi seguida de um acordo entre os países banhados pelo Cáspio que participam da reunião de cúpula com a Rússia. Nenhum deles permitirá que um terceiro país use o seu território para atacar um aliado.

Apesar da suposta ameaça terrorista de um grupo extremista, que segundo a agência de notícias russa Interfax planeja um atentado contra Putin, o presidente da Rússia chegou na manhã desta terça-feira a Teerã.

Um dos principais pontos em pauta é o programa nuclear do Irã. A República Islâmica afirma que não vai interromper o desenvolvimento de energia nuclear, que teria fins pacíficos, mas o Ocidente acusa o país de planejar o desenvolvimento de armas.

- Não deveríamos nem pensar em fazer o uso da força nesta região - disse Putin durante a cúpula em Teerã. - Precisamos concordar que o uso do território de um país do mar Cáspio no caso de uma agressão contra outro é impossível.

As declarações de Putin foram consideradas um recado ao Azerbaijão. A imprensa russa especula que Washington possa estar negociando com o Azerbaijão um acordo para usar suas bases militares, mas oficiais do país negam. Os Estados Unidos e membros da União Europeía se recusam a descartar a possibilidade do uso da força para resolver a questão caso a diplomacia falhe. Putin, no entanto, já havia mencionado, na semana passada, após reunião com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que não acredita que o Irã esteja desenvolvendo armas nucleares.

Ahmadinejad propõe associação econômica com vizinhos

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fez o discurso de abertura da reunião, em que propôs a criação de uma associação com fins econômicos entre os cinco países participantes (Irã, Rússia, Azerbaijão, Cazaquistão e Turcomenistão).

- Essa cooperação - que deve impedir a competição milita no mar e forças hostis além de, ao mesmo tempo, lutar contra o crime organisado - vai exigir o estabelecimento de um organismo regional num futuro próximo - disse Ahmadinejad.

Depois da conferência multilateral, Putin vai se reunir com Ahmadinejad e com o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, em dois esperados encontros em que, além das relações bilaterais, serão discutidas as aspirações do regime iraniano sobre a questão nuclear.

A Rússia é um dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que adotou posições mais compreensiva com o regime dos aiatolás, apesar de em mais de uma ocasião ter repetido sua oposição ao Irã conseguir a bomba nuclear.

Segundo os analistas presentes na reunião de cúpula, Putin buscará que Irã mostre uma atitude mais cooperativa e menos reticente em relação às inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU e às exigências da comunidade internacional.

Na abertura da cúpula, os líderes dos cinco países também discutiram a divisão das gigantescas reservas de petróleo e gás do Mar Cáspio. Mas as autoridades não esperam firmar um acordo significativo durante o encontro.

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