Embaixada diz não a deputado do Paraná

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Brasília - O presidente do grupo parlamentar Brasil-Japão, deputado federal Hidekazu Takayama (PSC), tentou organizar durante cinco dias uma missão de ajuda aos brasileiros atingidos pelo terremoto e tsunami, mas teve de desistir. A iniciativa foi "desaconselhada" pela Em­­baixada Brasileira em Tóquio e pelo ministro da Aeronáutica, Juniti Saito. "Não há como se hospedar, falta água, comida, nos disseram que acabaríamos mais atrapalhando do que ajudando", explica Takayama.

Sem poder viajar, o grupo, que reúne 92 congressistas, prepara ações em conjunto com demais entidades nipo-brasileiras. On­­tem, o deputado paranaense participou de um evento na embaixada do Japão em Brasília e apresentará nos próximos dias uma moção de solidariedade na Câ­­mara. "É o que podemos fazer por enquanto."

Ontem, o Ministério de Rela­ções Exteriores confirmou que o governo brasileiro ofereceu ajuda ao Japão. O tipo de auxílio, contudo, só será divulgado caso os japoneses aceitem. O Itamaraty não quer causar constrangimento similar ao que o próprio Brasil sofreu no começo do ano, quando vários países anunciaram apoio em questões desnecessárias para as vítimas das enchentes na região serrana do Rio de Janeiro.

Por enquanto, os esforços da diplomacia estão concentrados em atender apenas os brasileiros que vivem nas áreas atingidas. Quatro escritórios (dois em Tó­­quio, um em Nagoia e outro em Hamamatsu) estão mobilizados para atendimento 24 horas. Eles têm sido procurados especialmente para informações sobre desaparecidos.

Segundo o Itamaraty, não há previsão de reforço de pessoal para os escritórios, nem de envio de alguma forma de ajuda material desde o Brasil. Eles apenas receberam mais recursos financeiros. Ainda nesta semana, deve ser montado um novo esquema de evacuação de brasileiros que moram em Fukushima, região em que ficam usinas nucleares afetadas pelo tsunami.

Cerca de 20 brasileiros já foram retirados de lá para a cidade de Kamikatsu. Ao todo, apenas 777 brasileiros vivem nas quatro províncias atingidas pela catástrofe. Em todo Japão, são 254 mil.