• Carregando...

Londres – Os cientistas britânicos que vão clonar embriões com material de duas mães desfizeram dúvidas criadas pela divulgação da pesquisa. Eles dizem que a experiência não dispensa a participação masculina e confirmam que o bebê terá duas mães. Por outro lado, a criança será uma espécie de clone.

Eles conseguiram, pela primeira vez, a permissão necessária para clonar embriões com material genético procedente de duas mães. No entanto, o material de uma mulher a ser transferido para o óvulo da outra precisa ser fecundado primeiro. Trata-se na verdade da transferência de um embrião para um óvulo.

A experiência não exclui, no entanto, a possibilidade de, no futuro, a participação masculina ser dispensada. Outras pesquisas genéticas avançam nesse sentido, mas ainda não apresentam resultados definitivos.

Os cientistas britânicos dizem que seu objetivo é encontrar uma solução para as doenças mitocondriais, que são causadas pela presença de um DNA defeituoso nas mitocôndrias, motor das células do corpo humano, a quem proporcionam a energia necessária para seu desenvolvimento. Um óvulo saudável teria o poder de evitar doenças que estão no DNA de outro óvulo.

Órgãos como o cérebro, o coração ou os rins, que requerem muita energia, dependem em grande parte do funcionamento correto das mitocôndrias.

Em 2001, nos Estados Unidos, especialistas anunciaram que tinham conseguido livrar 15 crianças das doenças de suas mães. Na época, no entanto, em vez de adotar o procedimento dos cientistas britânicos, injetaram um ooplasma são – o citoplasma do óvulo –, em um óvulo afetado com alguma doença mitocôndrica, ou seja, fizeram o processo inverso.

Além das dúvidas sobre a participação masculina, a pesquisa britânica levantou questionamentos éticos. O Vaticano condenou a produção de um embrião humano com o DNA de duas mães. O experimento viola três proibições. "Vai se realizar uma verdadeira clonagem (1), o embrião do qual se extrai o núcleo é suprimido (2) e vai se criar um novo embrião implantado em uma mulher que passa a ser uma mãe substituta (3). Isto constitui uma sucessão de violações que, do ponto de vista da moral, e não apenas católico, é condenável", disse o presidente da Academia Pontifícia para a Vida, monsenhor Elio Sgreccia, através da Rádio Vaticano. O experimento corre sob a responsabilidade de especialistas da Universidade de Newcastle (norte da Inglaterra).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]