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Funcionário de agência de proteção ambiental americana examina danos causados pelo óleo | Reuters
Funcionário de agência de proteção ambiental americana examina danos causados pelo óleo| Foto: Reuters
  • Empresa britânica vai arcar com os custos de limpeza das áreas afetadas pelo vazamento de óleo no golfo do México

A gigante do setor de energia British Petroleum se comprometeu, nesta segunda-feira, a pagar "todos os custos necessários e apropriados de limpeza" pelo vazamento de óleo ocorrido no Golfo do México. A declaração ocorre após a administração dos EUA exigir que a BP faça mais para lidar com o vazamento, que ameaça uma grande área da costa da Luisiana. Segundo o governo do presidente Barack Obama, a responsável pelo vazamento é a companhia.

"A BP assume a responsabilidade por responder ao vazamento de óleo da (plataforma) Deepwater Horizon. Nós vamos limpá-lo." A empresa se comprometeu ainda a analisar todos os pedidos de compensação "rapidamente" e pagá-los quando forem justificados.

O óleo começou a vazar no Golfo do México após uma explosão no dia 20 de abril. Agora, uma grande mancha de óleo se dirige à costa dos EUA. O custo do desastre ambiental é estimado em vários bilhões de dólares.

"A BP montou um processo robusto para lidar com as alegações resultantes do incidente com a Deepwater Horizon", garante a empresa, no comunicado divulgado em seu site. A companhia afirma estar "comprometida a pagar as alegações legítimas e objetivamente verificáveis por outras perdas e danos causados pelo vazamento".

A explosão da semana passada matou 11 homens e iniciou o vazamento. O acidente macula a imagem de uma companhia mais verde que a BP tenta manter. Em 2005, houve nos EUA uma explosão de uma refinaria da BP que matou mais de dez pessoas.

A BP operava a plataforma, que era de propriedade da Transocean, sediada em Houston. Já foram abertos vários processos contra a BP e a Transocean por causa do vazamento.

No domingo, em visita à Louisiana, Obama advertiu que o vazamento ameaça se transformar em um "desastre ambiental gigantesco e sem precedentes". O tamanho da mancha foi estimado em 50 quilômetros de extensão. Ainda não há estimativas definitivas sobre a quantidade de óleo que pode vazar, mas o número final poderia ultrapassar o do navio Exxon Valdez, que em 1989 derramou 42 milhões de litros de petróleo, no maior vazamento do tipo na história dos EUA.

Nesta segunda-feira, a Casa Branca defendeu a forma como o governo dos Estados Unidos reagiu ao vazamento de petróleo no Golfo do México e enfatizou que a BP arcará com o custo total do desastre, apesar da existência de uma possível limitação legal ao montante a ser pago em indenização pela empresa.

O secretário de Imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs, assegurou que a BP pagará por todos os custos do derramamento, que continua despejando cerca de 5.000 barris de petróleo por dia nas águas do Golfo e já provoca restrições à pescaria na região

Questionado sobre o Fundo de Responsabilização por Vazamento de Petróleo, um item da lei ambiental norte-americana que estabelece teto de US$ 75 milhões a certos danos causados por empresas que exploram petróleo em alto-mar, Gibbs respondeu que daria uma olhada no texto da lei, mas afirmou que a BP arcaria com o prejuízo total.

Na sexta-feira, Gibbs já havia afirmado que, "pela Lei de Poluição por Petróleo, a BP paga por tudo isso".

Também nesta segunda-feira, senadores eleitos por Estados da costa afetada pelo vazamento propuseram em Washington um projeto de lei para elevar US$ 75 milhões para US$ 10 bilhões o teto da indenização a ser paga por empresas petrolíferas responsáveis por vazamentos de petróleo.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, visitou o Golfo do México no domingo para ter uma visão mais próxima da situação e comentou que o episódio tem potencial para se transformar num desastre ambiental sem precedente.

O secretário de Imprensa comentou hoje que, na visita ao Golfo, Obama conversou com autoridades e moradores do Estado da Louisiana sobre os potenciais prejuízos econômicos e pediu a opinião deles sobre qual seria a melhor forma de compensação pelos prejuízos.

Gibbs disse que Obama quer assegurar que os pescadores e outros trabalhadores afetados pelo derramamento de petróleo possam recorrer à justiça norte-americana em busca de compensação sem enfrentar entraves burocráticos.

CLIMA - O clima mais ameno incentivou as equipes de trabalho a avançar nos esforços para conter a enorme mancha de petróleo que vazou no Golfo do México, mas uma mudança nos ventos também aumentou o risco para os turistas nas praias da Flórida.

Três dias de tempestades impediram o uso de dispersantes químicos e a ida de navios ao alto-mar para tentar conter a mancha. Mas a previsão de tempo melhorou e um exército de 2,5 mil trabalhadores está preparado para aproveitar a oportunidade e instalar mais barreiras protetoras e talvez reativar as operações de queima.

"O clima naquela região está para menos vento e marés mais baixas, sendo que a direção do vento está para o sudeste", disse o último relatório da Guarda Costeira americana.

Com a mancha migrando para o nordeste, as praias turísticas de Flórida Panhandle estão em maior risco e as autoridades disseram que os planos preveem a abertura de uma segunda base aérea para tratar da dispersão da mancha. "É apenas uma medida preventiva, para que nós possamos atacar esse problema de qualquer lado que seja necessário", disse o funcionário da Guarda Costeira Curtis Thomas.

O relatório da Guarda Costeira confirmou que ainda não foram confirmados impactos provocados pelo petróleo na costa dos Estados Unidos, embora não tenha sido possível realizar sobrevoos no final de semana por causa das tempestades.

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