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Fumaça sainda da usina de Fukushima, afetada pelos terremotos do Japão | Reuters
Fumaça sainda da usina de Fukushima, afetada pelos terremotos do Japão| Foto: Reuters

Interatividade

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Governo tem linha para informação de parentes no Japão

O Núcleo de Atendimento a Brasileiros (NAB), que está em contato com a rede consular no Japão, colocou linhas de atendimento à disposição do público: (61) 3411-6752/6753/8804, das 8h às 20h, e (61) 3411-6456, das 20h às 8h e nos finais de semana. Consultas poderão também ser dirigidas ao endereço eletrônico dac@itamaraty.gov.br.

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Informações

Na página do Consulado-Geral do Brasil em Tóquio há telefones de contatos disponibilizados para os brasileiros buscarem informações sobre parentes no Japão.

Uma ferramenta do Google ajuda na troca de informações sobre familiares que não conseguem comunicação com pessoas que estão no Japão. No Person Finder, qualquer pessoa pode dar e pedir informações sobre o estado de saúde e localidade de uma possível vítima da tragédia. O site, em inglês e japonês, é colaborativo e possui uma base de dados que procura nomes dos moradores.

A Tokyo Electric Power, empresa que opera a usina nuclear de Fukushima, afirmou na quarta-feira (horário local) que estava considerando usar um helicóptero para dispersar ácido bórico, um retardador de fogo, sobre o edifício que abriga o reator número 4.

A operadora também disse que o incêndio visto anteriormente na instalação do reator já não era mais visível.

O reator número quatro da usina de Daiichi voltou a ser atingido por um incêndio, às 5h45 de quarta-feira (horário local, 17h45 desta terça em Brasília), segundo informações da Tokyo Electric Power Co. (Tepco). O fogo começou na mesma parte do reator que havia sido atingida por um incêndio nesta terça-feira pela manhã.

Ainda não se sabe o que provocou o surgimento das chamas, mas um representante da Tepco disse que já estão em andamento os procedimentos para apagar o incêndio.

A usina nuclear Daiichi possui seis reatores. No sábado, houve uma explosão no reator 1, seguida por uma explosão no reator 3 na segunda. Hoje, o reator 2 também foi danificado por uma explosão e o reator 4 foi atingido por um incêndio.

Agência da ONU vê possíveis danos a núcleo de reator

O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), Yukiya Amano, disse na terça-feira que um dano limitado pode ter ocorrido no núcleo do reator 2 da usina nuclear de Fukushima, atingida por um terremoto no Japão.

Em entrevista coletiva, ele afirmou que as notícias são preocupantes, e que existe "a possibilidade de danos ao núcleo" depois da explosão no reator 2.

Amano, que é japonês, estimou que o problema pode ter afetado 5 por cento do combustível nuclear.

Segundo ele, é possível que tenha havido também danos na parte inferior do vaso de contenção primária, mas que isso não foi confirmado.

"É uma rachadura? É um buraco? Não é nada? Isso não sabemos ainda", afirmou Amano. Mas ele alertou que a pressão dentro do reservatório de contenção primária não diminuiu. "Se houvesse um dano enorme, a pressão cairia", disse.

Houve também um incêndio em um tanque de combustível usado em outra unidade, com vazamento de radiação, mas o fogo já foi apagado, relatou Amano.

Ele disse que a situação é preocupante, mas aparentemente é bem diferente do desastre de Chernobyl em 1986. Ainda assim, afirmou que esperava receber informações mais atualizadas e detalhadas.

A AIEA planeja enviar uma pequena equipe de peritos ao Japão, possivelmente para ajudar no monitoramento ambiental, disse Amano.

"Achei que o envio de uma missão ao Japão seria útil (...). Estamos agora discutindo a modalidade, o momento e a área de atuação", afirmou.

Segundo Amano, é difícil prever se a situação em Fukushima vai piorar ou melhorar. "Há indicações mistas".

Precauções

Mais cedo, o primeiro-ministro Naoto Kan pediu que as pessoas não saiam de casa num raio de 30 quilômetros em torno da usina - área onde vivem 140 mil moradores.

O acidente nuclear - causado por um terremoto e por um subsequente tsunami, na sexta-feira - agrava as preocupações com o impacto econômico das sucessivas tragédias. As ações de empresas japonesas chegaram a cair até 14 por cento, mas fecharam a terça-feira em baixa de 9,5 por cento.

Na véspera, a queda já havia sido de 7,5 por cento, e os dois dias de quedas representam a retirada de 620 bilhões de dólares do mercado.

Os níveis de radiação na cidade de Maebashi, 100 quilômetros a norte de Tóquio, e na província de Chiba, perto da cidade, são até dez vezes superiores aos níveis normais, segundo a agência de notícias Kyodo.

Na capital são registrados apenas níveis mínimos, que segundo as autoridades municipais até agora "não são um problema".

Em um sombrio pronunciamento à nação, Kan disse que "a possibilidade de vazamento radioativo ainda está aumentando". "Estamos fazendo todos os esforços para evitar que o vazamento se propague. Sei que as pessoas estão muito preocupadas, mas eu gostaria de pedir que ajam com calma."

Apesar dos pedidos de calma, os moradores correram para se abastecer no comércio de Tóquio. A Dom Quixote, loja de departamentos que funciona 24 horas por dia, no bairro de Roppongi, esgotou seu estoque de rádios, lanternas, velas e sacos de dormir.

Num sinal de receio com a radiação, a China disse que vai retirar seus cidadãos das áreas mais afetadas, mas que não detectou nenhum nível anormal de radiação em seu território. A Air China decidiu cancelar voos para Tóquio.

Brasileiros

A embaixada brasileira começou a fazer uma operação de retirada dos brasileiros que estão nas áreas afetadas.

Cerca de 380 brasileiros vivem na área da usina, no norte do Japão, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores. A maioria deles já havia deixado a região.

Várias embaixadas aconselharam seus funcionários e cidadãos a abandonarem as zonas afetadas. Turistas abreviaram suas férias, e empresas multinacionais orientaram seu pessoal a partir, ou cogitam se transferir para fora de Tóquio.

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