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Cena de "Acossado" de Godard, de 1960 | Divulgação/Impéria Filmes
Cena de "Acossado" de Godard, de 1960| Foto: Divulgação/Impéria Filmes

Moscou – O empresário russo Andrei Lugovoi, o principal suspeito da morte do ex-agente da KGB Alexander Litvinenko em Londres no ano passado, acusou ontem a inteligência britânica de estar por trás do assassinato. Lugovoi, também ex-agente da KGB, afirmou ainda que tanto Litvinenko quanto o magnata russo Boris Berezovski haviam sido recrutados pelo MI-6. Na semana passada, a promotoria britânica acusou Lugovoi pelo assassinato e pediu sua extradição à Rússia.

As novas revelações complicam ainda mais o caso e devem intensificar as tensões entre Moscou e Londres. O governo russo deixou claro que não extraditará Lugovoi. Alguns dias depois, o magnata Berezovski, exilado cem Londres, deu uma entrevista bombástica, na qual acusou o presidente russo, Vladmir Putin, de ser o mentor do assassinato de Litvinenko.

"O envenenamento de Litvinenko não poderia ter sido feito sem controle do serviço secreto britânico", disse Lugovoi. Segundo ele, o MI-6 também tentou recrutá-lo.

Em uma coletiva lotada de jornalistas russos e estrangeiros, Lugovoi disse que no mínimo o serviço secreto britânico teve conhecimento do plano para envenenar Litvinenko. Questionado se tinha provas sobre isso, Lugovoi disse que sim, embora não tenha apresentado mais nenhum argumento.

O ex-agente da KGB foi além e disse que é provável que, além do serviço secreto britânico, Berezovsky e a máfia russa devem ter participado do plano para matar a Litvinenko. Segundo ele, Litvinenko era seu amigo e havia brigado com Berezovsky, que nesta quinta-feira negou qualquer participação no crime.

"Tudo nas declarações do senhor Andrei Lugovoi indica que ele está agindo sob instruções do Kremlin. Se o Sr. Lugovoi quer provar a sua inocência, eu sugiro novamente que viaje a Londres e enfrente julgamento nas cortes britânicas," disse Berezovsky em comunicado.

Também participou da entrevista coletiva Dmitry Kovtun, outro ex-agente do KGB que, junto com Lugovoi, foi uma das últimas pessoas a ver Litvninenko com vida, em 1.º de novembro, quando o ex-espião russo ficou doente e precisou ser hospitalizado. "Eles nos marcaram com polônio para sua futura utilização em um escândalo político. O polônio deixa rastro, por isso era ideal para nos acusar", disse.

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