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O jornalista Gleen Greenwald foi quem revelou as informações sigilosas divulgadas pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden | Sergio Moraes/Reuters
O jornalista Gleen Greenwald foi quem revelou as informações sigilosas divulgadas pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden| Foto: Sergio Moraes/Reuters

Escândalo

Jornalista diz que Snowden pode "causar mais danos"

Agência Estado

O jornalista Glenn Greenwald, a quem o norte-americano Edward Snowden revelou a existência de programas secretos de vigilância do governo dos Estados Unidos, afirmou ao jornal argentino La Nación que Snowden tem dados que podem ser muito mais "prejudiciais" ao governo norte-americano.

"Snowden tem informações suficientes para provocar mais danos ao governo norte-americano em apenas um minuto do que qualquer pessoa jamais teve na história dos Estados Unidos", disse Greenwald ao diário. "Mas este não é seu objetivo", afirmou o jornalista.

O norte-americano está há três semanas na área de trânsito de um aeroporto de Moscou desde que chegou à Rússia, proveniente de Hong Kong, no dia 23 de junho.

Snowden foi funcionário da CIA e ultimamente trabalhava para uma empresa que presta serviços para a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), onde teve acesso às informações que foram vazadas.

Na sexta-feira, ele convocou um grupo de ativistas para uma reunião no aeroporto e revelou que pediria asilo à Rússia até conseguir viajar para a América Latina, onde três países, Venezuela, Bolívia e Nicarágua, ofereceram asilo político a ele. Mas autoridades russas ainda não confirmaram o recebimento do pedido que, se aprovado, pode estremecer ainda mais as já tensas relações entre Rússia e Estados Unidos.

O governo dos Estados Unidos quer que Snowden volte ao país para ser julgado pelos vazamentos, mas até agora Moscou tem recusado o pedido, afirmando que não tem um tratado de extradição com Washington.

Durante a reunião de sexta-feira, Snowden declarou que não quer prejudicar os Estados Unidos, mas não ficou claro se isso significa que ele está pronto para parar de divulgar as informações para poder ficar na Rússia, já que esta foi a condição imposta pelo presidente Vladimir Putin para conceder asilo ao norte-americano.

  • Ex-técnico da CIA se reuniu com ativistas na sexta-feira

O governo estuda uma medida para obrigar as multinacionais que oferecem acesso e serviços de internet, como Facebook e Google, a armazenarem seus dados no Brasil e não no exterior, disse o ministro das Comunicações Paulo Bernardo em entrevista publicada ontem pelo jornal O Estado de São Paulo.

"O ideal seria a empresa manter o registro aqui, para que os dados estejam disponíveis se a Justiça brasileira pedir", disse Bernardo na entrevista. O ministro admitiu que essa medida não fazia parte do projeto de lei para regulamentar a internet que o governo estuda há vários meses e que apresentará ao Congresso, mas que se tornou necessária agora, após o escândalo provocado pelas denúncias de espionagem do ex-técnico da CIA Edward Snowden.

O ministro afirmou que o armazenamento dos dados no país é um assunto de soberania nacional, pois as empresas de internet estão negando o fornecimento de dados à justiça brasileira com a desculpa de que seus arquivos não estão armazenados no país.

Paulo Bernardo citou a recente recusa do Google de entregar cópias de um e-mail para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) que investiga um caso de lavagem de dinheiro.

Incentivos

O ministro disse que o Brasil já tinha oferecido incentivos para que as empresas mantivessem seus datacenters no país, mas que agora tentará garantir essa transferência pela lei.

"Criamos incentivos a datacenters no Brasil e tiramos todos os impostos para a compra de equipamentos. Mas eu acho que vamos ter de obrigá-los a armazenar os dados aqui", afirmou.

Segundo o ministro, a vulnerabilidade dos dados transmitidos pelos brasileiros na internet é muito alta, pois, além da "colossal" concentração de datacenters nos Estados Unidos, a maioria das transmissões brasileiras passa por servidores americanos.

"Hoje, os computadores centrais da internet são todos no Hemisfério Norte: dez nos EUA, dois na Europa e um no Japão. Cada clique que damos demora alguns milissegundos para ter uma resposta, porque a informação vai e volta. Sem contar que a internet não é de graça. O Brasil paga, no trânsito de informações com os EUA, cerca de US$ 650 milhões", disse.

De acordo com o ministro, além de obrigar às empresas a arquivarem seus dados no país, o governo também vai investir na infraestrutura das redes locais e na promoção de uma reforma da governança internacional da internet, para que seja assumida pela ONU e não pelos Estados Unidos.

Outra iniciativa do governo será a análise das políticas de privacidade de empresas como Facebook e Google para garantir o livre uso da internet com respeito à liberdade individual.

"A maioria das pessoas nem lê direito aquilo (políticas e termos de privacidade), mas sabe que alguém ganha dinheiro com os dados. Ali, está sendo dada uma autorização às empresas (para ter acesso aos dados), mas não acredito que as pessoas pensem que o conteúdo dos e-mails será lido, ou pior, que será entregue a uma agência de segurança dos EUA. Também duvido que a legislação brasileira considere que a autorização de pegar dados também sirva para fornecê-los a terceiros", disse Paulo Bernardo.

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