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Os nove meses que já se passaram desde o terremoto e a tsunami que detonaram uma crise nu­­clear no Japão não garantiram tranquilidade ao país, que recebe novas notícias negativas. Pela primeira vez, césio radioativo foi en­­contrado em arroz perto da usina de Fukushima.

De acordo com reportagem do jornal El País, uma equipe internacional de pesquisadores afirma que a substância emitida pela central nuclear poderia ter contaminado o solo da Ilha de Hokkaido e zonas do oeste do arquipélago, como Chugoku e Shikoku, situadas a mais de 500 quilômetros.

Diversos alimentos cultivados na região de Fukushima já ha­­viam sido identificados com ní­­veis de radioatividade acima do permitido para o consumo, mas as produções de arroz – ingrediente tradicional da culinária japonesa – haviam escapado.

A amostra contaminada foi retirada de uma fazenda a 60 quilômetros da instalação nuclear. O governo já está considerando a possibilidade de banir a distribuição de arroz da área onde a contaminação foi identificada, informou a rede britânica BBC.

Dificuldades

O novo caso mostra a dificuldade de rastrear a radiação, espalhada pela chuva e o vento. Go­­ver­­nos lo­­cais em áreas rurais mon­­taram centros de teste para evitar a distribuição de produtos contamina­­dos. A população come­­çou a me­­dir a radiação por conta própria, usando aparelhos simples.

Na semana passada, o governo de Tóquio também passou a testar alimentos comprados na capital, para tentar conter a preocupação popular. Mas a radiação pa­­rece ter se espalhado para mais longe do que se sabia até agora.

O césio 137 tem um período de semidesintegração de 30 anos, e por isso afeta o meio ambiente durante décadas. Os pesquisadores asseguram, no entanto, que os níveis de radiação estimados restringirão seriamente a produção de alimentos no leste da província de Fukushima e dificultarão a agricultura nas províncias vizinhas, embora os níveis detectados se encontrem dentro dos limites legais. "A província de Fuku­­shima, em seu conjunto, está al­­tamente contaminada", assinala o estudo, segundo a agência Fran­­ce Presse.

Limites

No solo em que se cultiva ar­­roz, o limite permitido no Japão de concentração da soma de césio 134 e de césio 137 (que são produzidos sempre juntos) é de 5 mil bequeréis por quilo. "O leste de Fuku­­shi­­ma excedeu esse limite e algumas províncias vizinhas, co­­mo Miyagi, Tochigi e Ibaraki, es­­tão parcialmente perto do limite."

O Japão está em alerta desde o desastre nuclear, já que Fuku­­shi­­ma 1 não deixou de emitir radioatividade desde então.

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