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O Ministério das Relações Exteriores informou neste domingo que foi achado um corpo na casa da brasileira Benilda Caixeta, de 56 anos, em Nova Orleans, cidade atingida no fim de agosto pelo furacão Katrina. O Itamaraty pediu que o Consulado brasileiro em Houston acompanhe o trabalho de identificação do corpo. Benilda, que é praticamente tetraplégica, está sem comunicar com a família, em Patos de Minas (oeste de Minas Gerais) há 14 dias.

"Na manhã de hoje, 11 de setembro, a DAC foi informada de que pessoas haviam entrado na residência da Senhora Caixeta. O MRE instruiu imediatamente o Consulado-Geral em Houston para que entre em contato com as instituições e órgãos competentes norte-americanos com vista à urgente identificação do corpo lá encontrado e que envie rapidamente um funcionário para acompanhar esse trabalho", afirmou o ministério em nota oficial.

- Não estamos vivendo, estamos apenas passando o tempo. São 14 dias de angústia à espera de notícias. Dormir é impossível. Comer, também. Houve um descaso do governo brasileiro. A família é a última a ser informada e ainda não entraram em contato com a gente para falar da situação. Ficamos sabendo das coisas pela imprensa - desabafou Maria José Caixeta, irmã de Benilda.

No último contato que teve com a família, na noite de 28 de agosto, sete horas antes de o furacão chegar a Nova Orleans, a administradora, que tem apenas alguns movimentos nos pés e nas mãos e precisa se locomover em cadeira de rodas motorizada, contou que ficaria em casa até que a tormenta passasse, já que não teria como abandonar o local. Segundo Maria José, a brasileira só tinha água para três dias isolamento. "Não consigo sair, vou ficar em casa, não tem outro jeito", disse Benilda, após não ter conseguido ajuda de amigos na cidade americana.

Benilda mora sozinha em um apartamento no andar térreo totalmente adaptado para sua deficiência física. Em agosto de 1977, após tratamento frustrado no Brasil, ela foi a Washington para tentar se curar do que Maria José chama de "paralisia no crescimento dos nervos do corpo", uma doença que estava afetando todos os movimentos da irmã. Já em Nova Orleans, depois de uma cirurgia mal-sucedida, o quadro da mineira que tem cidadania americana evoluiu à paraplegia e, após algum tempo, à tetraplegia. Apesar da doença, Benilda preferiu fixar residência nos EUA.

Desde que perdeu contato com Benilda, a família liga diariamente para o Itamaraty e para o Consulado em Houston atrás de notícias. As autoridades brasileiras vinham mantendo um canal com os líderes encarregados de organizar a resposta ao Katrina e tentou até fazer com que uma brasileira residente em Nova Orleans fosse à casa de Benilda em busca de informações.

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