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O ex-presidente iraquiano Saddam Hussein foi considerado culpado no dia 5 de novembro por crimes contra a humanidade e condenado à forcano caso envolvendo as mortes de mais de 148 homens xiitas na cidade de Dujail.

Também foram condenados o ex-chefe da corte revolucionária Awad Hamed al-Bander e o meio-irmão de Saddam Barzan Ibrahim al-Tikriti, que foi chefe da inteligência do regime do ex-presidente.

A seguir, alguns fatos sobre o caso:

O que aconteceu em Dujail?

Em Dujail, aldeia agrícola xiita a cerca de 60 quilômetros ao norte de Bagdá, jovens locais tentaram, mas não conseguiram, assassinar Saddam em 1982 quando seu comboio passava por lá.

Os promotores disseram que Saddam fez uma vingança brutal, ordenando seus comandantes a caçar, torturar e matar mais de 140 pessoas de Dujail.

Mulheres e crianças teriam sido forçadas a sair de Dujail, presas e mandadas para um campo de internamento no deserto, onde muitas desapareceram. Os campos dos agricultores, com tâmaras e frutas às margens do rio Tigre, foram sabotados e abandonados.

O que Saddam disse na Corte?

Em março, Saddam Hussein reconheceu ter ordenado os julgamentos que levaram às execuções de dezenas de xiitas nos anos 1980, mas disse que agiu de acordo com a lei, como presidente do Iraque.

"Eles foram levados para a Corte Revolucionária, de acordo com a lei. Awad (o juiz) implementou a lei, ele tinha o direito de condenar e inocentar", disse Saddam.

"Eu arrasei... marcamos as terras dos condenados e eu assinei", disse Saddam. "É direito do estado confiscar ou indenizar. Então, onde está o crime?"

O que as testemunhas disseram?

Muitas testemunhas falaram durante o julgamento, que foi transmitido pela televisão, atrás de cortinas e usando modificadores de voz por temerem por suas vidas.

Em uma audiência de dezembro de 2005, Ahmed Hassan, 38, contou como ele e sua família foram presos e torturados. Ele disse que foram levados para um prédio da inteligência em Bagdá administrado por Barzan.

"Juro por Deus, eu entrei em uma sala e vi...um moedor com sangue saindo e cabelo humano embaixo", disse.

Em outra audiência, uma mulher identificada apenas como "Testemunha" começou a chorar ao descrever como foi forçada por guardas da prisão a despir-se, como levou choques elétricos e foi agredida com cabos. A "Testemunha B", uma mulher na casa dos 70 anos de idade, disse que ela, o marido, cinco filhas e dois filhos foram presos.

Outro homem, que permaneceu anônimo, disse que Barzan estava presente quando ele foi torturado em Bagdá. "Durante o interrogatório eles me torturam e Barzan estava lá, comendo uvas. Eu estava gritando. Sou velho. Ele estava lá."

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