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Bruxelas (EFE) – A Federação Internacional dos Jornalistas (IFJ, em inglês) informou ontem que o número de profissionais assassinados desde a invasão do Iraque por tropas norte-americanas, em março de 2003, já chega a 95, dos quais 18 morreram por disparos das tropas da coalizão. A última vítima foi o técnico de som da agência britânica Reuters, Waleed Khaled, que morreu ontem, em Bagdá em um incidente com as tropas dos EUA, no qual o câmera com quem trabalhava, Haider Khadem, ficou ferido.

A agência de notícias Reuters exigiu ontem a libertação imediata de Khadem, detido pelas forças norte-americanas após o incidente. A polícia iraquiana disse que a equipe foi alvejada por militares norte-americanos. Os militares dos EUA disseram que ainda estão investigando o caso e se recusaram a dizer que tipo de interrogatório está sendo feito com Khadem. O Exército tampouco informou que unidade o mantém preso ou se ele está em Bagdá.

"Não entendemos que razão pode haver para sua contínua detenção", disse David Schlesinger, editor global da Reuters. O tenente-coronel Robert Whetstone, porta-voz militar dos EUA, disse que Khadem "está sendo interrogado e que há inconsistências em seu depoimento".

O secretário-geral da IFJ, Aidan White, chamou a atenção para "as perguntas que continuam sem resposta" sobre ocorrências deste tipo. "Chegou o momento de as Nações Unidas (ONU) intervir e pedir justiça e respeito por parte dos países envolvidos no conflito", afirmou a IFJ. A Federação acusou o Exército dos EUA de "incompetência", "formação militar imprudente" e "indiferença cínica" em relação à vida dos jornalistas, principalmente os iraquianos.

Medidas insuficientes

De acordo com o IFJ, dos 95 mortos, 70 eram repórteres iraquianos. O Instituto Internacional para a Segurança da Informação (INSI) disse em nota que "existe a suspeita" de que as tropas norte-americanas "não adotaram medidas suficientes que garantissem a segurança dos jornalistas". Segundo o INSI, "nenhuma das outras forças da coalizão matou jornalistas".

"Os jornalistas integram uma base fundamental da democracia e, quando são assassinados por exércitos que lutam em nome dessa mesma democracia, é duplamente inquietante", acrescentou o diretor do INSI, Rodney Pinder. Além das mortes, os jornalistas estão expostos aos seqüestros orquestrados por rebeldes. Ontem, os romenos Sorin Miscoci e Marie-Jeanne Ion chegaram a Bucareste após terem sido libertados no Iraque.

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