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A volta de Cuba à OEA deve ser apenas mais uma etapa no processo de aproximação entre os Estados Unidos e a ilha, afirma o historiador Marco Antonio Villa, da Universidade Federal de São Carlos.

Autor de vários livros sobre a América Latina, ele conversou ontem com a Gazeta do Povo:

Como o senhor avalia a revogação da suspensão de Cuba após 47 anos?

Em termos simbólicos, claro, é muito importante. Significa o retorno de Cuba à organização, é até histórico. Mas tem outro significado importante também.

Marca uma mudança da política norte-americana em relação a Cuba, que já vinha sendo sinalizada há algum tempo. Mas a OEA como instituição hoje não tem relevância alguma.

Algo pode mudar internamente em Cuba?

Internamente, nada muda.

A volta para OEA é boa e ruim para o governo cubano. É boa porque significa que a ilha não tem mais nenhum obstáculo para participar de organismos da América Latina. E é ruim porque os cubanos usavam muitas vezes o fato de não estar na OEA para justificar as mazelas da péssima situação econômica do país. A próxima medida dos EUA, eu presumo, deve ser o fim da proibição das empresas americanas de comercializar com Cuba. E aí logo vão reestabelecer relações diplomáticas, o que seria o ponto final da história. Até para uma transição em Cuba, quando morrer Fidel Castro, pode ajudar a não ser uma transição traumática – o que seria ruim para os cubanos e também para toda a América.

Os países da América Latina colocaram os EUA na parede?

Não. De antemão já havia um desenho da política externa norte-americana aceitando essa resolução. Pode ser até que alguém fale que os latino-americanos pressionaram, mas isso é para as galerias.

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