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Angela Kane não deu declarações em sua chegada ontem a Damasco | Khaled al-Hariri/Reuters
Angela Kane não deu declarações em sua chegada ontem a Damasco| Foto: Khaled al-Hariri/Reuters

Médicos relatam 3,6 mil atendidos com sintomas neurotóxicos

Cerca de 3,6 mil pacientes com "sintomas neurotóxicos" inundaram três hospitais da Síria no dia dos supostos ataques com armas químicas, sendo que 355 deles morreram, disse ontem a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). Todas as vítimas chegaram em um período de menos de três horas.

De acordo com o diretor de operações do Médicos Sem Fronteiras, Bart Janssens, o padrão de eventos e os sintomas relatados "indicam fortemente a exposição em massa a um agente neurotóxico".

"As equipes médicas que trabalham nesses locais forneceram informações detalhadas ao MSF sobre um grande número de pacientes que chegaram com sintomas como convulsões, excesso de saliva, pupilas comprimidas, visão turva e dificuldades respiratórias", disse ele.

O governo sírio negou veementemente as acusações, mas ainda tem que aderir às exigências para que os inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU), que já estão no país, sejam autorizados a visitar os locais dos alegados ataques.

Agência Estado

1,3 mil mortos é, segundo opositores do regime de Bashar Assad, o número de vítimas dos ataques supostamente efetuados com armas químicas nos subúrbios da capital síria na última quarta-feira.

A alta representante da ONU para o desarmamento, Angela Kane, chegou ontem a Damasco para negociar os termos de uma investigação sobre as acusações de uso de armas químicas.

A responsável da ONU não deu declarações em sua chegada a um hotel de Damasco. Kane pedirá ao governo sírio autorização para que os especialistas da ONU que se encontram no país possam investigar os ataques da última quarta-feira nos subúrbios de Damasco, que, segundo a oposição, foram efetuados com armas químicas pelo o regime de Bashar Assad.

Na quarta-feira, foi lançada uma ofensiva em Ghuta oriental e em Muadamiyat al Sham, áreas no poder dos rebeldes na periferia de Damasco. A oposição afirma que o ataque provocou 1,3 mil mortes e acusou o regime de tê-lo cometido com gases tóxicos.

"Tudo indica que o regime sírio de Bashar Assad perpetrou um ataque químico esta semana próximo a Damasco", declarou o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, em visita à cidade de Ramallah, na Cisjordânia.

Versão

Ontem, o governo de Assad veiculou acusações de que seriam os rebeldes os responsáveis pelo uso de artefatos químicos nos combates. A televisão pública do país mostrou vários casos de "asfixia" entre os soldados que entraram em Khobar, um bairro periférico de Damasco.

O Irã, principal aliado regional do regime sírio, demonstrou apoio à esta versão. "Há provas de que os grupos terroristas realizaram essa operação. Estamos muito preocupados com as informações sobre o uso de armas químicas na Síria e condenamos duramente o uso dessas armas", declarou Abas Araghchi, porta-voz da diplomacia iraniana.

O presidente Barack Obama se reuniu ontem com seus principais assessores de segurança nacional para discutir uma resposta a alegada utilização de armas químicas da Síria, disse um funcionário da Casa Branca.

"O presidente orientou a comunidade de inteligência para reunir fatos e provas, para que possamos determinar o que ocorreu na Síria. Uma vez que os fatos tenham sido apurados, o presidente vai informar sobre sua decisão", disse o funcionário.

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