Quito - O Equador pode recorrer a outro país se o Brasil suspender a venda de 24 aviões de combate e uma aeronave para uso presidencial em represália à batalha judicial que enfrenta pela dívida equatoriana para com o BNDES, segundo declarações do presidente Rafael Correa divulgadas ontem. "Nós, pela integração regional, sempre tentamos privilegiar os mercados regionais, mas podemos comprar de outro país", disse.
O presidente equatoriano negou, no entanto, que a controvérsia jurídica com o banco brasileiro, que desatou uma crise diplomática inédita entre os dois países, tenha interrompido a compra de 24 aviões brasileiros Supertucano por 270 milhões de dólares, segundo a presidência.
Correa considerou desproporcional a chamada para consultas do embaixador brasileiro em Quito, Antonino Marques, enfatizando que o Equador não "tem de pedir a ninguém para exercer sua soberania". O governo de Luiz Inácio Lula da Silva determinou a volta de Marques depois que o Equador pediu uma arbitragem â Câmara de Comércio de Paris por um empréstimo de 243 milhões de dólares concedido pelo BNDES. O Equador alega que o dinheiro nunca entrou em suas contas e foi usado pela construtora brasileira Odebrecht.
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