
O domingo começou com alerta no Japão após o anúncio oficial de que a radiação na água de um reator em Fukushima estava 10 milhões de vezes acima do normal. Trabalhadores tiveram de deixar o local da emergência, sob risco de contaminação.
Até o final do dia, foi dito que ocorrera um erro de cálculo. "Esse número não é crível, disse Takashi Kurita, o porta-voz da Tepco, empresa que gere a usina.
Novas amostras foram colhidas para teste, mas ainda não há previsão para a divulgação dos novos resultados.
Há água radioativa nos quatro reatores mais danificados de Fukushima, e a radiação na unidade 2 foi medida em mil milisieverts por hora. O valor está quatro vezes acima do limite considerado seguro pelo governo. Se as medidas forem precisas, complicarão o trabalho de bombeamento de água nos reatores para esfriá-los.
Ainda não se sabe a origem da água radioativa, mas o porta-voz do governo, Yukio Edano, disse que há "quase certeza de que vem do núcleo danificado de um dos reatores.
Duas das seis unidades de Fukushima já são consideradas estáveis, mas as outras quatro permanecem voláteis, emitindo às vezes vapor e fumaça.
"Infelizmente, não temos um cronograma concreto no momento para permitir que digamos em quantos meses ou anos [a crise terminará], disse ontem Sakae Muto, vice-presidente da Tepco.
Nuvem
O Estado de Nevada, nos EUA, afirmou ontem ter detectado quantidades inofensivas de radiação. A medição foi feita por uma estação em Las Vegas. A suspeita é a de que elas tenham saído da usina de Fukushima, já que são incomuns na região.
Califórnia, Colorado, Havaí e Washington também mediram partículas radioativas após o acidente no Japão.
Não há risco à saúde, segundo as autoridades, porque as partículas são dispersadas na atmosfera durante o trajeto pelo Pacífico. São 16 mil quilômetros de distância.
Traços de radiação atribuídos a Fukushima também foram detectados na Província de Heilongjiang, na China. A informação foi divulgada pela agência estatal de notícias Xinhua, citando o comitê de coordenação de emergências nucleares.
As autoridades chinesas também afirmaram que não havia risco para a saúde da população e disseram não haver necessidade para medidas de precaução.



