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A Promotoria da Escócia anunciou nesta quinta-feira (15) que identificou mais dois suspeitos de participação no atentado de Lockerbie, em 1988. A explosão de uma bomba em um avião que ia de Londres a Nova York deixou 270 mortos.

Segundo os promotores, os dois líbios, cujos nomes não foram divulgados, atuaram com o líbio Abdel Basset al-Megrahi. Ele, a única pessoa condenada pelo crime, teria sido enviado pelo regime do ditador da Líbia, Muammar Gaddafi.

O procurador-chefe do Escritório da Coroa da Escócia, Frank Mulholland, pediu permissão às autoridades líbias para ouvir os dois em Trípoli, juntamente com agentes do FBI (Birô Federal de Investigações, a polícia federal americana).

Apesar de a Justiça não ter divulgado os nomes dos suspeitos, a expectativa é que eles sejam Abdullah al-Senoussi, chefe de inteligência e cunhado de Gaddafi, e Nasser Ali Ashour, agente de inteligência da ditadura.

Os dois foram presos depois da queda do ditador, em 2011, sendo que o primeiro foi condenado à morte e aguarda sua execução. O segundo enviava armas ao grupo radical IRA durante o conflito armado na Irlanda na década de 1980.

Por outro lado, também acredita-se que um deles também pode ser Abu Agila Masoud. Condenado a dez anos de prisão na Líbia, ele é apontado pelo documentarista Ken Dorstein como quem teria construído a bomba usada no atentado.

As autoridades da Líbia ainda não comentaram sobre o caso. Em 2013, elas se comprometeram com o Reino Unido e os Estados Unidos a colaborar nas investigações da derrubada do Boeing-747 da PanAm há quase 27 anos.

O avião explodiu no ar sobre a cidade de Lockerbie, na Escócia, 38 minutos depois de decolar do aeroporto de Heathrow, na capital britânica. Além das 259 pessoas a bordo, morreram 11 pessoas em terra.

Megrahi foi condenado em 2001 a 27 anos de prisão e libertado em 2009 devido a um câncer de próstata que provocou a sua morte três anos depois. Ele negava ter feito o ataque e as provas para condená-lo são questionadas pelas vítimas.

Investigações

As investigações das autoridades britânicas e americanas sobre o atentado estão ligadas com a piora da relação entre o Ocidente e a Líbia. Pouco após o acidente, o país africano foi considerado Estado patrocinador do terrorismo.

Em 1999, Gaddafi entregou Megrahi e um segundo suspeito, absolvido em seguida. Quatro anos depois, o ditador disse ter tido responsabilidade no atentado e pagou uma indenização de US$ 2,7 bilhões às vítimas.

Apesar da intenção das novas autoridades líbias de ajudar na investigação do atentado, elas tiveram pouca capacidade de avançar devido à situação caótica do país. A violência política também deverá dificultar os depoimentos.

Na semana passada, o procurador-geral da Escócia, Frank Mulholland, reuniu-se com a secretária de Justiça americana, Loretta Lynch, para conversar sobre as investigações.

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