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Parentes abalados e equipes médicas tentam nesta quinta-feira (21) identificar os corpos carbonizados das 153 vítimas do acidente ocorrido na véspera no aeroporto de Madri.

A investigação sobre esse desastre aéreo, o pior na Espanha desde 1983, também começou nesta quinta-feira. Uma das principais dúvidas é por que o jato MD-82 da Spanair havia abortado uma decolagem pouco antes do acidente.

"As causas serão fornecidas não só pela companhia, mas também pelas caixas-pretas, que compilam todos os dados do vôo", disse a ministra do Desenvolvimento, Magdalena Alvarez, na noite desta quarta.

Os familiares das vítimas se aglomeraram num necrotério improvisado num centro de convenções, onde tentariam identificar os corpos.

Só 19 dos 166 passageiros e tripulantes sobreviveram. Equipes de resgate dizem que há várias crianças entre os mortos.

"Eu mato o bastardo que fez isso," gritou um motorista em frente ao centro de convenções para as câmeras de TV. Outra pessoa demonstrava inconformismo: "Sabendo que o avião estava ruim, ele levantou com minha sobrinha de sete anos."

Alvarez disse que o avião tinha 15 anos e fora submetido a inspeção no ano passado.

O vôo JK 5022, com destino a Las Palmas, deveria ter decolado às 13h (hora local), mas abortou o procedimento ao se aproximar da pista, devido a um problema mecânico, segundo uma fonte próxima à situação.

Na segunda tentativa, o avião saiu da pista, se rompeu e pegou fogo. Os sobreviventes foram expelidos do aparelho pela força do impacto e caíram num córrego, o que lhes poupou de queimaduras mais graves, segundo as equipes de resgate.

A ministra disse que aparentemente houve "um erro na decolagem", mas a imprensa especula que tenha havido um incêndio na turbina esquerda, fabricada pela Pratt & Whitney.

O vôo da Spainair (subsidiária a escandinava SAS) era compartilhado com a Lufthansa. As ilhas Canárias são um destino muito procurado por europeus nesta época de verão.

Uma lista de passageiros apresentada pela companhia mostra principalmente nomes espanhóis. Fontes da empresa dizem, porém, que a bordo havia também cidadãos de Suécia, Alemanha, Holanda e Chile.

O primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero interrompeu suas férias no sul da Espanha para acompanhar os trabalhos de resgate e investigação.

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