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Confira como reagiram os PIBs de vários países do mundo nos últimos dez anos |
Confira como reagiram os PIBs de vários países do mundo nos últimos dez anos| Foto:

Programação

Série de cerimônias marca aniversário

Dez anos após os atentados do 11 de Setembro, os Estados Unidos recordarão a atrocidade de um dia inscrito para sempre em sua memória coletiva. Neste domingo, o presidente Barack Obama irá aos três locais da tragédia: Nova York, Washington e Shanksville (no estado da Pensilvânia), onde o quarto avião desviado caiu após a intervenção heroica de seus passageiros para impedir a ação terrorista. Em Nova York, ele assistirá a uma cerimônia ao lado do ex-presidente George W. Bush, do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, e do ex-prefeito Rudolph Giuliani.

Como ocorre, anualmente, quatro minutos de silêncio vão marcar – às 8h46, 9h03, 9h59 e 10h28 – os momentos nos quais os dois aviões de carreira atingiram as torres do World Trade Center (WTC) e quando as duas torres desabaram.

Serão lidos, depois, os nomes dos 3 mil mortos, na presença das famílias, também convidadas para a cerimônia de inauguração do memorial do 11 de Setembro. Muito esperado, este espaço paisagístico de três hectares será aberto ao público a partir do dia 12. Com mais de 200 castanheiras, possui duas grandes fontes, com as paredes de água fluindo sem parar. Foram erguidas no lugar exato onde estavam as Torres Gêmeas.

O nome de cada vítima está inscrito em seu entrono. Perto do memorial está sendo levantada a principal torre do novo complexo, o One World Trade Center, que alcançará 1.776 pés (541 metros), o futuro edificio mais alto dos Estados Unidos. Sua altura, em pés, corresponde ao ano da Independência americana.

AFP

Al-Qaeda enfraquece, mas inspira

A violação de direitos humanos na citada prisão americana em Cuba, a tortura, fora o prosaico fato de que não é possível entrar numa aeronave com uma lixa de unha são testemunhas do custo na visão ocidental-liberal.

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A catástrofe econômica amplamente esperada como efeito imediato dos atentados de 11 de Setembro não aconteceu. Ao contrário, a primeira metade da década passada acabou marcada pela prosperidade econômica.

Mas seria ilusório achar que as economias americana e mundial sobreviveram incólumes ao ataque terrorista.

Mais do que o evento em si, a reação das autoridades americanas aos ataques criou uma dinâmica de gastos públicos que contribui para a dificuldade que os Estados Unidos enfrentam em reativar sua economia desde a crise financeira de 2008.

"O impacto imediato foi superestimado. O custo da perda econômica gerada pelos atentados foi menor do que se temia na época", afirma Arvind Subra­­manian, pesquisador do Peter­­son Institute for Interna­­tional Economics.

"Por outro lado, as duas guerras que sucederam os ataques tiveram um enorme impacto fiscal cujos efeitos são hoje sentidos."

Esse diagnóstico é consenso entre os demais especialistas. Segundo Eric Leeper, professor de Economia da Universidade de Indiana, o governo americano já desembolsou cerca de US$ 1 trilhão com despesas para aumentar seu aparato de segurança após 11 de Setembro.

A Universidade Brown calcula em US$ 4 trilhões os gastos diretos e indiretos gerados pelas guerras no Afeganistão e no Iraque. Somados, os dois valores representam cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, a maior economia do mundo.

O elevado dispêndio com segurança é citado como uma das causas principais do rombo nas contas públicas do país. O resultado fiscal (receitas menos despesas) americano saiu de um superávit em 2001 para um déficit de quase 9% do PIB no ano passado.

Segundo Subramanian, outras fontes do forte crescimento no deficit orçamentário foram os cortes de impostos promovidos durante a gestão de George W. Bush (2001-2009), os gastos para resgatar instituições financeiras na crise de 2008 e a injeção de recursos públicos na economia desde então.

Investimento

Alguns economistas defendem mais gastos públicos para tentar reativar a economia, que passa por uma recuperação anê­­mica. Mas políticos do Partido Repu­­blicano se opõem à ideia e propõem cortes de gastos. O problema é que, tradicionalmente, são contrários à redução das despesas com segurança.

"Os republicanos querem um Estado mínimo, mas um papel que eles defendem é o do governo como provedor de segurança", afirma Leeper, que participou de um debate sobre a situação fiscal dos EUA no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), de São Paulo, na última semana.

Na opinião do economista Vincent Reinhart, do American Enterprise Institute for Public Policy Research, seria difícil reduzir gastos com segurança porque uma das principais consequências do 11 de Setembro foi alimentar a cultura do medo.

O aumento do custo de viagens, seguros e, em menor escala, do preço do petróleo, segundo especialistas, tem ligação com os atentados.

Reinhart, porém, destaca um lado positivo da resposta aos ataques: a geração de postos de trabalho de baixa qualificação por causa dos investimentos em segurança.

Mas, de forma geral, economistas acreditam que o balanço do dia para a economia americana é negativo.

"As guerras e a crise econômica contribuíram para essa imagem dos EUA como um poder desgastado. Essa decadência ajuda a polarização crescente da sociedade americana", afirma.

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