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Adeus a Madiba

Desmond Tutu celebra missa em homenagem a Nelson Mandela

"Ao longo de 24 anos de desde sua libertação, Madiba nos ensinou como viver juntos e acreditar em nós mesmos e em cada um", afirmou o arcebispo emérito da Cidade do Cabo

Tutu, assim como Mandela, foi vencedor do prêmio Nobel da Paz | Reuters/Sumaya Hisham
Tutu, assim como Mandela, foi vencedor do prêmio Nobel da Paz (Foto: Reuters/Sumaya Hisham)

Em missa celebrada nesta sexta-feira (6), o arcebispo emérito da Cidade do Cabo e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Desmond Tutu, pediu aos sul-africanos a manutenção da união entre os povos que foi defendida por Nelson Mandela.

"Ao longo de 24 anos de desde sua libertação, Madiba nos ensinou como viver juntos e acreditar em nós mesmos e em cada um", afirmou Tutu, um dos aliados de Mandela e uma das maiores forças religiosas na luta contra o apartheid.

Ele também criticou os que acreditam na entrada em um novo conflito entre negros e brancos após a morte do líder negro. "Sugerir que a África do Sul entrará em chamas é não acreditar nos sul-africanos e no legado de Madiba. O sol vai nascer amanhã, e depois...Não vai parecer tão brilhante como ontem, mas a vida segue."

Homenagens continuam pelo país

Milhares de sul-africanos se reúnem desde a madrugada desta sexta em diversos pontos do país em memória ao ex-presidente Nelson Mandela, que morreu na noite de quinta-feira (5) aos 95 anos. O ambiente do luto é de celebração pela vida do primeiro mandatário do país após o regime do apartheid.

No bairro de Houghton, em Johannesburgo, centenas de pessoas colocaram velas e flores na frente da casa onde morreu o líder negro. O ambiente era de celebração, com gritos contra a segregação racial ou em homenagem a ele, cantados em coro pela multidão: "Viva Mandela!" ou "Longa vida a Mandela!"

O corpo do ex-presidente foi retirado do local por volta das 3h locais (23h em Brasília) e levado para o hospital militar de Pretória, onde será preparado para o funeral. No local, outro grupo também gritou palavras e expressões de agradecimento.

A unidade de saúde teve a segurança reforçada. Os restos mortais do ex-presidente deverão ficar na cidade por três dias, antes de serem levados para Johannesburgo e para Qunu, aldeia natal de Mandela e onde o corpo será enterrado.

O clima de homenagem festiva também se repete na rua onde o ex-presidente morou no Soweto, gueto negro de Johannesburgo. A Vilakazi Street, que foi fechada pelas autoridades locais, recebeu velas e flores dos moradores da região, em sua maioria jovens, que elogiavam o ícone contra a luta racista.

Alguns deles levavam camisas e os rostos pintados com as cores do Congresso Nacional Africano, partido que foi liderado por Mandela e é o mesmo do atual presidente, Jacob Zuma. Um grupo cantava em zulu: "É o soldado de Umkhonto e não há ninguém como ele".

Lesedi Motloung, 19, se afastou da multidão para ter um momento de silêncio."Estou muito triste. Madiba [nome tribal do ex-presidente] foi o herói dos jovens da África do Sul", disse.

Em frente à igreja Regina Mundi, um dos lugares símbolos da luta contra o apartheid, Sebastian, 35, que é padre no Soweto, agradeceu Mandela e afirmou que aconteceu o inevitável. "É um dia triste, mas podemos dar graças a Deus por seu trabalho em vida."

O jornal The Star, um dos principais do país, o chamou de "herói da humanidade" por ser o ídolo de toda a população sul-africana por seu papel decisivo pelo fim do apartheid.

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