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Conclave

Arcebispo brasileiro diz que eleição para sumo pontífice está nivelada

Efe e Folhapress

O arcebispo emérito de Salvador, cardeal dom Geraldo Majella, disse ontem que não há um candidato natural a suceder o papa Bento XVI, que renunciou ontem. Ele é um dos cinco brasileiros que participarão do conclave.

Para ele, a escolha deve começar sem favoritos e os candidatos mais citados estão nivelados. O cardeal diz que, em 2005, a escolha foi facilitada porque o cardeal alemão Joseph Ratzinger, atual papa Bento XVI, já se sobressaía durante o pontificado de João Paulo II.

"Agora nós não temos ninguém que se sobressaia. Estão todos mais ou menos nivelados", disse.

Majella descartou a ideia de que os brasileiros podem votar em bloco em um mesmo candidato a papa e afirmou que o país não será o principal critério a ser considerado durante o conclave.

Ele afirmou já ter alguns potenciais candidatos em mente, mas fez mistério sobre o perfil que idealiza.

"Já tenho mais ou menos umas cinco pessoas que estou na marcação", disse.

Dom Geraldo disse ter mantido uma breve conversa amistosa com Bento XVI no momento em que o papa se despediu da cúpula da Igreja. Ele afirmou que o papa lembrou o período em que os dois foram vizinhos em uma residência episcopal no Vaticano.

Camerlengo

Quando um papa morre ou renuncia, o governo provisório da Igreja Católica passa para as mãos do cardeal camerlengo, cargo do atual secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone, italiano nascido em 1934.

O cardeal camerlengo é o encarregado pela administração dos bens e dos direitos temporários da Santa Sé, ajudado por três cardeais assistentes.

Também é o responsável por confirmar a morte do papa (quando é o caso), de assinar a ata da morte, de selar o apartamento papal, de tomar posse do Palácio Apostólico Vaticano e dos palácios Lateranense e de Castelgandolfo.

No caso de Bento XVI, que renunciou, a tarefa do camerlengo será selar o apartamento do pontífice e tomar posse do Palácio Apostólico Vaticano.

A Constituição Apostólica "Universi Dominici Gregis" estabelece que, enquanto a Sede Apostólica estiver vacante, o colégio de cardeais não tem nenhum poder ou jurisdição sobre as questões que correspondem ao papa.

A congregação de cardeais deve se reunir a partir da próxima segunda-feira, de acordo com informações do porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi.

O cardeal decano Angelo Sodano confirmará a data do início da reunião em carta que será enviada hoje ao Colégio Cardinalício.

Uma vez reunidos, os cardeais decidirão a data para o início do conclave, o processo pelo qual será escolhido o novo papa.

Na última segunda-feira, Bento XVI publicou um decreto que muda a lei do Vaticano e abre caminho para antecipar o conclave que elegerá seu sucessor. A mudança significa que não será necessário esperar 15 dias para começar o processo de escolha do novo pontífice.

Desse modo, a previsão é que o conclave seja adiantado. O decreto modifica a lei imposta por seu antecessor, papa João Paulo II, que determinava o período de 15 dias para preparar a reunião.

A nova medida permite que a escolha do sumo pontífice comece assim que todos os cardeais cheguem a Roma. O decreto também pode ser usado eventualmente para atrasar o conclave em outras situações.

Sem a medida, o conclave deveria começar no dia 17 de março, o primeiro domingo após o período de 15 dias do cargo vago. A data é uma semana antes do Domingo de Ramos, que abre os rituais da Semana Santa e da Páscoa, um dos principais períodos religiosos do cristianismo.

Primeiro se distribuem as fichas para os cardeais. São escolhidos três escrutinadores.

A ficha de votação será retangular e terá escrito em sua parte superior as palavras "Eligo in Summum Pontificem" (Elejo como sumo pontífice). A parte inferior ficará em branco para que se preencha o nome do futuro papa.

O preenchimento das fichas deve ser feito secretamente por cada um dos cardeais eleitores, que deverá utilizar uma grafia que impeça o reconhecimento.

Após o voto, as fichas são depositadas nas respectivas urnas, misturadas e contadas. Os votos são lidos e conferidos por três escrutinadores, que leem o voto em voz alta para todos os presentes.

Em seguida, os escrutinadores fazem a soma de todos os votos que cada um obteve. Se ninguém obtiver dois terços dos votos, não haverá papa eleito e iniciará nova eleição.

Clique aqui e confira o infográfico em tamanho maior

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