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Brasileiro e italiano são apontados como favoritos

Agência Estado

No dia em que a data do conclave foi divulgada, a lista de cardeais que mais circulam no meio eclesiástico e na imprensa internacional foi reduzida. Nesta sexta-feira, os principais jornais da Itália e alguns dos vaticanistas mais respeitados indicaram que os favoritos para suceder o papa Bento XVI são dois: o italiano Angelo Scola, arcebispo de Milão, e o brasileiro Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo. Mas o favoritismo tem um preço: em caso de impasse, uma terceira via poderá ser apresentada na janela do Vaticano.

O favoritismo de Scola e de Scherer ficou claro nas páginas dos diários La Repubblica, La Stampa e Il Messaggero, além da revista Panorama, quatro dos mais respeitados veículos de imprensa da Itália. Todos concordaram quanto aos cardeais que teriam saído fortalecidos das Congregações Gerais, as reuniões pré-conclave do Colégio Cardinalício. "Partida entre dois no conclave", escreveu o La Repubblica, que mencionou o brasileiro como "homem forte do IOR", o Banco do Vaticano. Segundo o diário, Scola seria sustentado por cardeais reformistas, enquanto Scherer seria o "representante da cúria", avesso a reformas na Igreja.

Na mesma linha, o jornal La Stampa lembrou que grande parte dos cardeais teria optado pela escolha de um papa não europeu.

Para Lucetta Scaraffia, historiadora e vaticanista da Universidade La Sapienza, de Roma, o conclave é aquele com maiores chances de que o eleito venha de fora da Europa. "O cardeal Scherer é um dos mais fortes candidatos", disse.

John Allen Jr., vaticanista da National Catholic Reporter e da rede americana de TV CNN, foi na mesma linha. "Eu diria que Scherer é a melhor aposta", afirmou. "Ele tem boa reputação e é admirado em Roma."

O conclave para a escolha do sucessor de Bento XVI terá início na próxima terça-feira, 12 de março, anunciou ontem o Vaticano por meio de nota oficial.

O dia vai começar com uma missa matinal na Basílica de São Pedro. Depois, os cardeais seguirão em procissão solene até a Capela Sistina.

A votação para escolher o papa em um conclave terá início imediatamente depois que todos os cardeais eleitores – os que têm menos de 80 anos – entrarem na Capela Sistina, no Vaticano, local tradicional para a definição dos sucessores.

Haverá apenas uma votação na terça-feira. Ela ocorrerá na parte da tarde. Caso ninguém seja apontado por ao menos dois terços dos membros votantes do colégio cardinalício, nos dias seguintes ocorrem duas votações de manhã e outras duas à tarde.

Nos últimos cem anos, nenhum conclave durou mais do que cinco dias.

Durante o conclave, os cardeais são mantidos em total isolamento do mundo exterior: não podem usar telefone, receber jornais, ver televisão ou ter acesso à internet. Nem tradutores são admitidos

Após três dias de votações sem resultado, ocorre uma suspensão de um dia para uma "pausa de oração". Em seguida, as votações voltam a ser realizadas e, se ainda assim o pontífice não for escolhido, será efetuado outro intervalo, seguido por sete tentativas.

O processo pode ser repetido em caso de indefinição. No conclave para escolher quem substituirá Bento XVI serão necessários os dois terços dos votos em todas as eventuais votações, sejam quantas forem. Também foi estabelecido que, caso se chegue à etapa de escolha entre os dois mais votados, os finalistas não poderão mais votar, como era admitido.

Acordos vetados

O voto no conclave é secreto. Além disso, os cardeais eleitores continuam obrigados a se abster de qualquer forma de pacto, acordo ou promessa que possa obrigá-los a dar ou negar o voto a outros. Quando foi eleito papa, em 25 abril de 2005, o então cardeal Joseph Ratzinger obteve dois terços dos votos já na quarta votação.

Cardeais terão padres confessores

Folhapress

Quando as portas da Capela Sistina se fecharem, na próxima terça-feira, os 115 cardeais que participarão do conclave não terão apenas o afresco do Juízo Final de Michelangelo para orientá-los na escolha do próximo papa.

Eles também poderão pedir ajuda espiritual a um confessor, escalado para ouvir eventuais pecados cometidos ou imaginados durante o período de isolamento.

O confessor, cuja identidade é mantida em sigilo, não precisa ocupar o mesmo posto na hierarquia da igreja. Basta que faça o juramento de segredo absoluto e fique no Vaticano à disposição dos cardeais eleitores até o anúncio do novo pontífice.

"Mas isso só será necessário, imagino, se o conclave se estender por vários dias. Não no caso de um conclave que dure dois ou três dias", disse o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi.

Além do religioso, os cardeais terão o apoio de uma equipe para organizar o processo de votação e de funcionários como cozinheiros, faxineiros e guardas. Todos, claro, sob a condição de reserva absoluta sobre o que acontecerá no conclave.

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