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Sucessão na Santa Sé

Influência do papa no futuro é debatida

Cardeais discutem o papel de Bento XVI no próximo pontificado, ainda mais com a confirmação de cargo para secretário particular de Ratzinger

Novos questionamentos a respeito do tamanho da influência que o papa Bento XVI exercerá sobre seu sucessor começaram a surgir ontem após o Vaticano ter confirmado que o conselheiro mais próximo do papa deve seguir como seu secretário particular ao mesmo tempo em que continuará a liderar a Casa Pontifícia sob o comando do novo papado.

Pelo segundo dia consecutivo, Bento XVI enviou mensagens pontuais a seu sucessor e aos cardeais que o elegerão sobre a direção que a Igreja Católica deve tomar uma vez que ele não for mais papa. Embora esses comentários façam parte de um certo protocolo antes de sua saída, a influência de Joseph Ratzinger após a aposentadoria continua sendo objetivo de debate intenso.

Lindo

O Vaticano confirmou ontem que monsenhor Georg Gaenswein, de 56 anos, continuará sendo secretário particular de Bento XVI e também o prefeito da Casa Pontifícia, organismo que reúne os colaboradores do papa, organiza sua agenda e alguns aspectos de sua vida pessoal. A nomeação foi uma promoção para o religioso, que conta com a confiança total de Bento XVI.

O duplo papel parece ter aumentado as preocupações expressas nos bastidores por alguns dos cardeais que temem que Bento XVI continue a exercer, no mínimo, alguma influência no novo papado e na governança da Igreja.

Após o papa, Gaenswein é a figura mais visível no Vaticano. Apelidado de "Gorgeous Georg" ("Georg lindo"), devido à sua beleza física, ele ganhou a capa da edição italiana da Vanity Fair no mês passado, com a chamada: "Não é um pecado ser bonito".

OpiniãoIgreja terá de enfrentar uma situação inédita

Juan Lara, correspondente da Efe na Cidade do Vaticano.

A renúncia de Bento XVI ao pontificado criou uma situação inédita na Igreja, que contará com um papa – a ser eleito no conclave, em março – e um "ex-papa", Joseph Ratzinger. Ainda não se sabe qual título ele terá, mas ele manterá o nome Bento XVI e continuará como bispo emérito de Roma.

O que está claro, segundo o Vaticano, é que Ratzinger não voltará a ser cardeal, já que o título é uma dignidade, concedida por um papa, e Bento XVI deixou de sê-lo no momento em que foi eleito sumo pontífice no dia 19 de abril de 2005.

O papa carrega o chamado "anel do pescador", que simboliza o poder pontifício, e que será destruído após o dia 28 de fevereiro, data da renúncia oficial. Normalmente, o anel é destruído imediatamente após a morte do pontífice, para evitar a falsificação de documentos.

Bento XVI deve abandonar o Vaticano três horas antes de concluir seu pontificado e vai se transferir junto com os dois secretários e as quatro leigas consagradas que o ajudam, a chamada "família pontifícia", para a residência de Castelgandolfo, a 30 km de Roma.

Bento XVI permanecerá em Castelgandolfo até que sejam encerradas as obras de acondicionamento do mosteiro Mater Ecclesia, nos jardins do Vaticano, onde deve ficar em definitivo.

Ratzinger viverá a pouco mais de cem metros do Palácio Pontifício, onde está o apartamento papal, que receberá seu sucessor.

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