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A camada flutuante de gelo no Oceano Atlântico diminuiu neste verão para o que, provavelmente, é o menor tamanho já registrado no século, dando uma continuidade a uma tendência de menor quantidade de gelo que é difícil explicar sem atribuir parte do fenômeno ao aquecimento global causado pelos homens, afirmaram vários especialistas na região hoje.

As descobertas se encaixam com as mais recentes simulações realizadas pelo computador mostrando que o aumento das emissões de gases tóxicos pode levar a uma transformação do Ártico mais tarde neste século, no qual o que um dia foi um oceano com blocos de gelo é rotineiramente mar aberto durante os verões.

Também parece que a mudança está começando a ficar auto-sustentável, com o aumento de mar aberto absorvendo energia solar que será refletida para o espaço por gelo branco brilhante, disse Ted A. Scambos, um cientista do Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo em Boulder, no Colorado, que compilou as informações junto com a Nasa.

"As respostas no sistema estão começando a prevalecer", disse Scambos. "O registro de pequenas extensões consecutivas dá uma certeza do que está a caminho a longo prazo".

A camada de gelo do Pólo Norte sempre aumenta no inverno e diminui no verão, mas a nova baixa de verão, medida no dia 19 de setembro, está 20% abaixo da média mínima de extensão de gelo medida desde 1978 a 2000, quando o mapeamento preciso de imagens de satélite de gelos começou a ser feita, informou o centro de gelo e neve.

A diferença entre a média da área de gelo e a área existente neste verão era de cerca de 500 mil milhas quadradas, ou duas vezes o tamanho do Texas, disseram cientistas.Esse verão é o quarto consecutivo a apresentar extensões de gelos abaixo da média registrada a longo prazo, disse Mark Serreze, um cientista sênior do Centro de Neve e Gelo e professor da Universidade do Colorado em Boulder.

Um ciclo natural da atmosfera polar, a Oscilação Ártica, que contribuiu para a redução do gelo ártico no passado não era considerado um fator significativo até então, disse ele, acrescentando que o aumento das temperaturas originado do acúmulo das emissões de gases tóxicos deve estar contribuindo.

Ele e outros cientistas disseram que pode haver uma maior variabilidade à frente, incluindo alguns anos nos quais a camada de gelo no mar vai aumentar. Mas eles encontraram poucas evidências de que outros fatores, como maior nebulosidade ártica em um mundo que está se aquecendo, reverterá essa tendência.

"Com todo mar aberto negro, você começa a ver uma mudança no estoque de calor do Oceano Ártico", disse Dr. Serreze. "Vem o outono e inverno que dificulta o crescimento do gelo e na próxima primavera você é deixado com uma camada menor e mais fina de gelo. E é ainda mais fácil de haver mais perda no próximo ano".O resultado, disse ele, é que o Ártico está se tornando "mais profundamente diferente do que nós crescemos pensando".

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