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Geng He, esposa do advogado de direitos humanos Gao Zhisheng, desaparecido desde 2009 e condenado a três anos de prisão pelas autoridades chinesas em 16 de dezembro, pediu nesta sexta-feira (23) por meio de uma ONG para ver seu marido "vivo ou morto".

Exilada nos Estados Unidos desde o início de 2009 com os dois filhos do casal, ela pediu nesta sexta ao regime chinês que permita encontrar seu marido "para saber se está vivo ou, pelo menos, ver seu corpo, caso esteja morto", afirma um comunicado emitido nesta sexta-feira pela ONG Human Rights in China (HRIC).

Geng afirmou que os familiares de Gao estão "extremamente preocupados" com sua situação. "Ouvimos boatos de que ele havia sido perseguido até a morte na prisão".

Em uma entrevista divulgada nesta sexta pela ONG, Geng He destacou que a família acredita que "Gao foi torturado e transferido a outra prisão para esconder qualquer informação" sobre seu estado.

Desde que as autoridades judiciais chinesas divulgaram a nova pena de Gao Zhisheng, que passou a ser perseguido após defender casos de direitos humanos, a União Europeia (UE), os Estados Unidos e diversas agências da ONU pediram explicações a Pequim sobre seu paradeiro.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Liu Weimin, respondeu que a China está tratando o caso de acordo com a lei, sem revelar mais detalhes.

Entre as pessoas que pedem explicações pela situação de Gao, está a alta representante para Política Externa e Segurança Comum da União Europeia (UE), Catherine Ashton, que pediu nesta sexta a libertação do advogado chinês.

"Esperamos que outros países não interfiram nos assuntos internos da China nem em sua soberania judicial. Também queremos que a Europa contribua mais para melhorar a confiança mútua" entre Bruxelas e Pequim, concluiu o porta-voz chinês.

Gao, nomeado em 2001 como um dos maiores advogados do país pelo próprio Executivo chinês, começou a ser alvo das autoridades quando aceitou representar membros perseguidos do movimento religioso Falun Gong, considerado ilegal por Pequim em 1999, quando contava com 60 milhões de fiéis.

Como represália por sua defesa desse e de outros casos, Pequim anulou sua licença, fechou seu escritório e submeteu sua família a uma vigilância e assédio constantes, detalhados pela esposa em sua entrevista à "HRIC".

O advogado, várias vezes candidato ao Prêmio Nobel da Paz, foi detido em diversas ocasiões desde que em 2006 começou a defender esses casos, e, durante os períodos de liberdade, denunciou à imprensa estrangeira as cruéis torturas que sofreu na prisão.

Geng He pediu à comunidade internacional que continue pressionando Pequim para revelar a situação de seu marido e libertá-lo.

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