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Um inflamado esquerdista, que diz ter sido roubado da vitória na eleição presidencial mexicana, liderou milhares de pessoas em uma marcha de protesto no domingo e prometeu ocupar a capital até que todos os votos sejam recontados.

Andrés Manuel Lopez Obrador disse a seus partidários que a ocupação incluiria a praça Zocalo, na Cidade do México, uma das maiores do mundo, e as ruas principais do centro da cidade.

Ele pediu para que permanecessem nestes locais, até que o tribunal eleitoral do México determine uma recontagem dos votos da eleição presidencial e a realize.

O protesto, que pode durar semanas, certamente causará caos no trânsito da capital e marca o início de uma campanha de desobediência civil em protesto à suposta fraude nas eleições de 2 de julho.

- Eu proponho ficarmos aqui dia e noite até que os votos sejam recontados e que o presidente seja empossado - disse Lopez Obrador, adicionando que ele iria viver com milhares de simpatizantes em Zocalo até que a disputa seja resolvida.

- Eu garanto que nossos esforços e sacrifícios não serão em vão - disse.

O México foi mergulhado em uma crise política quando uma pequena margem deu a vitória nas eleições ao partido conservador no poder do candidato Felipe Calderón. A diferença foi de cerca de 244 mil votos entre mais de 41 milhões contados.

Observadores da União Européia disseram não ter encontrado evidências de irregularidades.

Este foi o terceiro protesto de grandes proporções nas últimas três semanas e um dos maiores da história mexicana. A polícia informou que o evento contou com mais de 1 milhão de pessoas, embora seus números não sejam confiáveis, já que a cidade é governada pelo partido de Lopez Obrador.

A disputa divide o México seis anos após o presidente Vicente Fox ter vencido uma eleição histórica que colocou fim em sete décadas de governo de partido único.

Pesquisas recentes mostram que um pouco mais de metade do país acha que Calderón claramente ganhou. Mais de um terço acha que houve fraude e metade quer uma recontagem.

Os sete juízes do tribunal eleitoral têm até 31 de agosto para decidir se as urnas serão reabertas. Eles podem decidir entre recusar o pedido, determinar recontagem parcial ou total ou ainda anular a votação.

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