
O líder da coalizão de centro-esquerda da Itália, Pier Luigi Bersani, recebeu ontem a incumbência de tentar formar um novo governo após uma reunião com o presidente italiano, Giorgio Napolitano.
Napolitano concedeu a Bersani alguns dias para se reunir com líderes de partidos na tentativa de costurar um governo que conquiste as cerca de 30 cadeiras restantes no Senado, para obter a maioria necessária na Casa.
Para angariar esse apoio, Bersani terá que se aproximar do Movimento Cinco Estrelas, do ex-comediante Beppe Grillo, cujos parlamentares já disseram que nunca votarão em apoio a um governo liderado pelos partidos políticos tradicionais do país.
O Partido Democrático de Bersani e seus aliados de centro-esquerda conquistaram por pouco a maioria dos votos nas eleições gerais do mês passado, obtendo assim a maioria automática das cadeiras na Câmara, mas somente 121 das 315 cadeiras do Senado, onde os assentos são distribuídos em bases regionais.
Apoio
Após dois dias de reuniões a portas fechadas com líderes políticos da Itália, o presidente disse ter pedido a Bersani que avalie se pode obter apoio suficiente no dividido Parlamento para formar um governo. E pediu uma resposta rápida.
Bersani ficou incumbido de relatar seu progresso a Napolitano no início da próxima semana. Se o plano do líder da centro-esquerda não for convincente, o presidente deve iniciar novas consultas aos partidos e provavelmente indicará outro candidato para liderar o governo com o objetivo de mudar a lei eleitoral do país, enquanto os políticos se preparariam para novas eleições no segundo semestre.
"Estamos passando por procedimento de rotina no momento, com o presidente dando a Bersani a oportunidade de tentar obter uma maioria. Mas sabemos que ele não será capaz de formar um governo", disse Duncan McDonnell, analista político do European University Institute.
A Itália atravessa sua mais profunda recessão em 20 anos, agravada pela paralisia política.



