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Sarkozy diz que a acusação é uma vingança de pessoas próximas ao ex-ditador, que acabou morto no fim de 2011 | JOEL SAGET/AFP
Sarkozy diz que a acusação é uma vingança de pessoas próximas ao ex-ditador, que acabou morto no fim de 2011| Foto: JOEL SAGET/AFP

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy negou as acusações de que teria recebido ilegalmente dinheiro da Líbia para sua campanha presidencial e disse que o caso transformou sua vida em um inferno.  

As declarações foram dadas aos juízes que investigam as denúncia reveladas pelo jornal francês Le Figaro nesta quinta-feira (22). Os advogados de Sarkozy não quiseram comentar sobre a veracidade das afirmações.  

O ex-presidente de 63 anos é acusado de ter recebido 50 milhões de euros (R$ 202 milhões) do ex-ditador líbio Muamar Kadafi (1942-2011) para a sua campanha vitoriosa em 2007.  

Como presidente, foi Sarkozy quem autorizou o bombardeio que ajudou a derrubar o ditador em 2011, durante a Primavera Árabe. Logo após o início da operação militar, um dos filhos de Kadafi deu uma entrevista na qual afirmou que o pai tinha financiado a campanha do francês.  

Por isso, Sarkozy diz que a acusação é uma vingança de pessoas próximas ao ex-ditador, que acabou morto no fim de 2011.  

"Esta calúnia fez da minha vida um inferno desde 11 de março de 2011", disse ele, com a data em que começou o bombardeio na Líbia. "Estou sendo acusado sem uma prova física".  

Caso

O caso, investigado desde 2013, chegou a seu ápice na terça-feira (20), quando o ex-presidente foi detido pela polícia e levado para interrogatório. O depoimento continuou na quarta (21) e, ao fim do dia, ele foi formalmente indiciado por corrupção passiva, financiamento ilegal de campanha e recebimento de dinheiro desviado dos cofres públicos líbios. Ele responderá ao processo em liberdade.  

Para Sarkozy, a revelação do caso custou sua reeleição em 2012, quando perdeu para o candidato socialista François Hollande . "Eu paguei um alto preço por isso. Veja desse modo: eu perdi eleição presidencial em 2012 por 1,5 ponto percentual. A controvérsia iniciada por Kadafi e seu capanga me custou este 1,5 ponto", completou. 

O capanga a que Sarkozy se refere é o empresário franco-libanês Ziad Takieddine, que disse ter entregue em 2007 uma mala enviada pelo governo Líbio com 5 milhões de euros (R$ 20,2 milhões) para Sarkozy e seu chefe de gabinete, Claude Gueant.  

Em entrevista a TV francesa nesta quarta (21), o empresário voltou a repetir as acusações. O ex-presidente disse que as declarações de Takieddine são mentirosas.

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