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Rebelde sírio acena ao entrar na vila de Tilalayn, em Dabiq. | Nazeer Al-Khatib/AFP
Rebelde sírio acena ao entrar na vila de Tilalayn, em Dabiq.| Foto: Nazeer Al-Khatib/AFP

Rebeldes sírios apoiados pela Turquia aplicaram neste domingo (16) um duro golpe ao grupo Estado Islâmico (EI), ao reconquistarem uma cidade perto da fronteira turca, Dabiq, simbólica para os jihadistas. Ainda, ocidentais ameaçaram em Londres aplicar sanções ao regime sírio e a seu aliado, Rússia.

O revés do EI aconteceu enquanto americanos e europeus se reuniam em Londres em uma nova tentativa de deter o banho de sangue na Síria, onde os bombardeios continuavam no dia de hoje. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), que dispõe de uma ampla rede de fontes no país, “os rebeldes tomaram Dabiq após a retirada dos jihadistas do Estado Islâmico”.

O diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, assinalou que os rebeldes também capturaram Soran, uma localidade vizinha. Um dos grupos rebeldes, a União Fastaqim, confirmou que Dabiq caiu após violentos combates com o Daesh, o acrônimo em árabe do EI.

A agência oficial turca Anadolu explicou que os rebeldes sírios estavam desativando bombas deixadas pelo EI. Segundo a agência, nove rebeldes morreram e outros 28 ficaram feridos nos combates.

Esta derrota tem um alcance simbólico para os jihadistas, pois, segundo uma das profecias do Islã, o exército dos muçulmanos seria dizimado, mas acabaria triunfando na cidade síria de Daqib.

EI perde territórios

O território controlado pelo EI segue diminuindo. Seu “califado”, que se estendia por 91 mil km² no começo de 2015, abrange, hoje, 68 mil km² em Iraque e Síria. De acordo com a Anadolu, desde o começo das operações, em agosto, os rebeldes apoiados pela Turquia tomaram o controle de pouco mais de mil km². As áreas recuperadas estavam nas mãos de curdos ou do EI.

Mas sangue continuava sendo derramado na Síria. Um dia após as negociações sem resultado com a Rússia na Suíça, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, reuniu-se na tarde deste domingo (16), na capital britânica, com os chanceleres britânico, Boris Johnson, e francês, Jean-Marc Ayrault.

A reunião na Suíça não permitiu elaborar um plano para restabelecer a trégua violada em setembro. Foi o primeiro encontro entre Kerry e o russo Serguei Lavrov desde o começo da ofensiva russo-síria, há três semanas, contra os bairros controlados por rebeldes no leste de Aleppo, no Norte do país. Estes bairros sofreram novos bombardeios aéreos neste domingo.

Ocidentais ameaçam com sanções

Estados Unidos e Reino Unido alertaram que os aliados ocidentais pretendem impor novas sanções econômicas contra a Síria e a Rússia motivadas pelas ações em Aleppo, declarou Kerry.

“Nós planejamos sanções suplementares e queremos ser claros: o presidente Obama não descartou nenhuma opção no momento”, declarou o secretário de Estado dos EUA após uma reunião sobre a Síria com países afins que apoiam a rebelião síria.

O ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, disse em entrevista coletiva que foram propostas “várias medidas”, “incluindo medidas suplementares contra o regime e seus apoios”.

Kerry minimizou a possibilidade de uma ação militar, acrescentando que seu dever era esgotar todas as soluções diplomáticas. “Conversamos sobre todos os mecanismos à nossa disposição, mas não vejo nenhum interesse em ir à guerra em nenhuma parte da Europa”, acrescentou.

O regime de Damasco e a Rússia afirmam que bombardeiam Aleppo para eliminar terroristas. Moscou propôs esta semana que os rebeldes deixassem a cidade, garantindo a sua segurança. Já a ONU apresentou um plano para que saíssem os combatentes do Fatah al-Sham, ex-Frente al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda.

Mas tanto a oposição quanto seus apoios temem que, sob o pretexto de retirar os combatentes, o regime e a Rússia busquem apenas uma rendição completa de Aleppo.

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