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Ninguém na Casa Branca de Obama acredita que, por si só, a última rodada de sanções contra o Irã forçará o governo do país muçulmano a suspender seu esforço de 20 anos para ter poderio nuclear. Então o que exatamente o presidente Barack Obama planeja fazer se, como todos esperam, essas sanções não funcionarem, assim como aconteceu com as três anteriores?

Há um Plano B – na verdade, planos B, C e D –, cujas partes já estão sendo executadas no Golfo Pérsico. Tais planos incluem contenção militar à moda antiga, e uma operação conhecida na CIA como "Projeto de Drenagem de Cérebros", para atrair para fora do Irã os talentos nucleares do país. De acordo com todos os relatórios, Obama também ampliou um programa secreto da era Bush para minar a infra-estrutura de armas nucleares do Irã.

Todavia, ao perguntar aos autores e executores destes programas se as medidas barrar a investida iraniana, a resposta deles inevitavelmente se resume a "não o suficiente".

A avaliação é que se Teerã passar de certo ponto, pode ficar impossível precisar quando o país pode de fato dar os passos finais para fabricar uma arma.

Washington jurou por anos que impediria a Índia e o Paquistão de ingressar no clube nuclear e brevemente suspendeu a ajuda a eles. Atualmente, o país trabalha secretamente com o Paquistão na proteção de seu arsenal e assinou um tratado com a Índia autorizando o país a comprar material nuclear.

A Coreia do Norte está há anos sob sanções e passando apuros; isso não impediu que o país realizasse dois testes nucleares.

"As sanções, da forma que estão configuradas agora, não terão qualquer impacto apreciável sobre o Irã", diz Rolf Mowatt-Larssen, que monitorava programas nucleares para a CIA e para o Departamento de Energia antes de se transferir para a Universidade de Harvard, há dois anos.

Os assessores de Obama dizem que sabem que as sanções são uma ferramenta limitada e têm procurado alternativas.

Sistemas antimísseis dos EUA estão sendo posicionados discretamente nos países árabes ao redor do Golfo Pérsico. Esta é uma contenção clássica, mas de pouca ajuda contra o programa nuclear. O temor é que o Irã possa entregar armas nucleares ao Hamas ou ao Hezbollah em um caminhão, uma ameaça contra a qual os sistemas antimísseis não funcionam.

O governo norte-americano continua apoiando os grupos de oposição no Irã, mas está caminhando com cuidado por temer que pareça estar interferindo na política interna iraniana. Na quinta-feira, o senador John McCain defendeu uma mudança de regime, mas foi cuidadoso ao dizer que precisaria ser "uma mudança pacífica, escolhida e liderada pelo povo do Irã". Este é um tipo de mudança cujo momento a Casa Branca não pode controlar.

O mesmo ocorre com o esforço secreto para fazer com que equipamentos falhem. Acredita-se que isto tenha obtido alguns sucessos. Contudo, assim como as sanções, é improvável que esse esforço faça mais do que atrasar o dia do julgamento, a menos que Obama tenha sorte.

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