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O presidente do Equador, Daniel Noboa, fez o primeiro pronunciamento após o início do estado de emergência no país
O presidente do Equador, Daniel Noboa, fez o primeiro pronunciamento após o início do estado de emergência no país| Foto: EFE/ José Jácome

O presidente do Equador, Daniel Noboa, afirmou nesta quarta-feira (10) que seu país está em “estado de guerra” após as ações violentas executadas por gangues do crime organizado que o levaram a declarar conflito armado interno, e antecipou que não pretende negociar com esses grupos, classificados pelo governo como “terroristas”.

“Estamos em estado de guerra e não podemos ceder a estes terroristas”, disse o chefe de Estado equatoriano em seu primeiro discurso público desde o início da crise de segurança, que começou com a fuga da prisão de Adolfo Macías, conhecido como "Fito", líder da gangue Los Choneros que seria transferido e isolado em uma prisão de segurança máxima.

Em entrevista à emissora Radio Canela, Noboa afirmou que as ações violentas dos últimos dias são a resposta de grupos criminosos às ações que sua administração está realizando para deter a escalada de insegurança que fez com que o Equador se posicionasse como um dos países mais violentos do mundo.

Depois do Executivo ter declarado os grupos como alvos, o presidente considerou que o crime organizado irá pensar duas vezes antes de realizar ações como a tomada das instalações de uma emissora de televisão, como aconteceu nesta terça-feira (9).

Para Noboa, as quadrilhas criminosas querem difundir essas imagens para causar terror e tentar subjugar o presidente da República, “mas não vão conseguir”. “Não vamos negociar com os terroristas”, reiterou o mandatário, afirmando que está sendo feito um trabalho para resgatar os guardas prisionais que permanecem detidos por presos membros destes grupos criminosos em vários presídios do país.

“Não vamos ceder aos planos que estão habituados a fazer”, disse o presidente, comentando que o seu governo será mais rigoroso que os anteriores, “porque as Forças Armadas têm que agir contra estes alvos militares”.

“Estamos fazendo todo o possível e o impossível para trazê-los de volta em segurança, mas não podemos impedir uma guerra por isso, porque o Estado está em guerra”, destacou.

O presidente equatoriano também alertou os juízes e promotores que emitirem resoluções favoráveis ​​aos líderes ou membros de quadrilhas criminosas, ao afirmar que também serão considerados e tratados como terroristas.

Quanto à imagem internacional do Equador, Noboa ressaltou que agora não é hora de “dizer que não acontece nada no Equador e que tudo é lindo”.

"Isso seria tentar enganar a comunidade internacional. Agora estamos dizendo a eles que estamos em estado de guerra. Quem quer ajudar? Vamos resolver o problema, o que tem que ser feito logo, e assim será mais fácil para que venham o investidor e o turista”, afirmou.

O governante considerou ainda que, se estas medidas não fossem tomadas agora, seria “prolongar a morte, sustentar algo insustentável”.

Noboa agradeceu também a ajuda oferecida por países como Estados Unidos, China, Israel, Peru, Argentina e Colômbia, a cujo governo propôs assumir a custódia de cerca de 1.500 presos colombianos que permanecem nas prisões equatorianas, o que lhes permitiria reduzir a superlotação nas prisões.

O presidente equatoriano decretou na segunda-feira passada estado de exceção em todo o país devido à ação violenta de grupos do crime organizado, especialmente devido aos motins em seis prisões e à fuga de presos considerados altamente perigosos, entre eles Fito e Fabricio Colón Pico.

O incêndio de veículos, os sequestros e ameaças a policiais e agentes penitenciários, os ataques com explosivos e a invasão de encapuzados armados à referida emissora de televisão de Guayaquil sobrecarregaram ainda mais a situação no Equador, que ontem viveu um dia de terror nesta queda de braço entre o crime organizado e o Estado. (Com Agência EFE)

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