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Em seu quarto dia no Palacio de los López, sede da Presidência do Paraguai, o liberal Federico Franco afirmou ontem que pretende enfrentar o isolamento regional de Assunção "com ações, e não palavras" e disse que teve de assumir a Presidência para evitar o risco de uma "guerra civil".

Às vésperas da reunião do Mercosul na Argentina – da qual o Paraguai foi suspenso –, Franco recebeu em seu gabinete um grupo de jornalistas sul-americanos. "Mandem a mensagem de que está tudo normal por aqui", insistiu três vezes. Leia trechos da entrevista a seguir:

Por que o presidente Lugo foi removido num processo tão rápido?

Foi uma decisão do Congresso, em um julgamento político – e não convencional. Nesse dispositivo, a Câmara dos deputados se converte na entidade acusadora e o Senado, em tribunal. O prazo é estabelecido pelo próprio Congresso, com um regulamento próprio, e eu não formo parte desse poder.

Mas o sr. considera que Lugo teve um julgamento justo?

Se não considerasse, eu não estaria aqui. Foi justo? Pedi publicamente que garantissem (a Lugo) o maior tempo e espaço para se defender. Mas os parlamentares decidiram assim para que não fosse derramada mais uma só gota de sangue em nosso país. Uma semana antes (da destituição), havíamos enterrado 17 paraguaios.

Qual mensagem o sr. envia ao Mercosul, que se reúne nesta semana na Argentina?

O Paraguai foi um país que sempre teve boas relações com os vizinhos. Somos o menor país da região e sem saída para o mar. Precisamos de nossos vizinhos. Meu primeiro desafio é manter calma a casa, equilibrar as coisas. Evidentemente que aqui estamos passando por uma situação sui generis, eu reconheço isso.

O Brasil tem um peso especial nesse sentido?

Com o Brasil, estamos unidos por Itaipu. Grande parte da energia que chega a São Paulo vem de nossa usina binacional. Não há motivo para ter más relações. Acabam de sair (do gabinete de governo) representantes dos brasiguaios. São cerca de 450 mil pessoas vivendo aqui. Por unanimidade, vieram dar o apoio ao nosso governo. A Igreja Católica também deu seu apoio de forma contundente, além do Tribunal de Justiça Eleitoral e a Corte Suprema de Justiça.

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