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Muamar Kadafi em seu “kadafimóvel” na última vez em que saiu às ruas de Trípoli, no dia 2 de março | Ahmed Jadallah/Reuters
Muamar Kadafi em seu “kadafimóvel” na última vez em que saiu às ruas de Trípoli, no dia 2 de março| Foto: Ahmed Jadallah/Reuters

Trípoli - O governo líbio divulgou ontem uma gravação de áudio na qual uma voz atribuída a Muamar Ka­­dafi nega rumores de que o ditador esteja ferido ou morto.

A controvérsia sobre o paradeiro de Kadafi surge em meio a um aparente impasse no conflito que se arrasta desde fevereiro e deixou milhares de mortos.

"Aviso a todos os covardes cruzadores [referência à Otan] que estou num lugar onde vocês não podem me encontrar nem me matar", diz a voz, muito parecida com a de Kadafi, divulgada pela tevê estatal líbia.

"Seus bombardeios não me atingirão. Estou no coração de milhões de líbios’’, afirmou, condenando, ainda, recentes bombardeios da Otan que destruíram parte de Bab Al Azizia, o complexo em Trípoli usado como residência oficial e sede de governo.

A voz agradece a "dirigentes e chefes de Estado" que teriam lhe telefonado para saber notícias.

A mensagem surgiu horas após o chanceler da Itália, Franco Frat­­tini, ter afirmado que o ditador "muito provavelmente" havia abandonado a capital, Trípoli, e "quase certamente’’ havia sido ferido em bombardeios da Otan contra Bab Al Azizia.

Em conversa com jornalistas na Toscana, Frattini diz ter recebido a informação do bispo católico de Trípoli, o italiano Giovanni In­­nocenzo Martinelli, que tem boa relação com Kadafi.

O principal porta-voz de Ka­­da­­fi, Ibrahim Moussa, desmentiu à tevê árabe Al Arabiya que o ditador esteja ferido ou tenha saído de Trípoli.

Ausência na mídia

Surgidas desde o início do conflito, as especulações sobre o paradeiro do ditador aumentaram nos últimos dias, após a Otan insinuar que a ausência de imagens recentes de Kadafi na mídia estatal po­­deria sinalizar que ele foi morto.

A morte do ditador foi negada pelo bispo Martinelli, que, na quarta-feira, se disse convencido de que Kadafi estava escondido numa zona desértica da Líbia.

No mesmo dia, a tevê estatal líbia divulgou imagens mostrando o ditador conversando com supostos líderes tribais em Trípoli.

Exceto pela transmissão de quarta-feira, o ditador não aparece em público desde que seu filho Saif al Arab e três netos morreram em um bombardeio em 30 de abril.

O regime disse que naquela ocasião Kadafi estava no local do ataque, mas escapou sem ferimentos.

Rebeldes nos EUA

Mahmoud Jibril, presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), porta-voz dos rebeldes, reuniu-se ontem na Casa Branca com Tom Donilon, assessor de segurança nacional dos EUA. Do­­nilon disse encarar o CNT como "interlocutor crível".

A Casa Branca afirmou ainda que os EUA e a Otan manterão suas operações militares na Líbia enquanto Kadafi continuar a atacar sua própria população.

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