• Carregando...

Uma pesquisa na revista "Molecular Psychiatry" pode ter descoberto um novo elo entre o estilo de vida e o mal de Alzheimer, a mais comum e temida das doenças degenerativas do cérebro, que afeta principalmente idosos. O estudo feito por cientistas alemães, britânicos e portugueses revelou que o estresse causa, nos neurônios de cobaias, modificações idênticas às que se vêem na moléstia.

Até onde se sabe hoje, o mal de Alzheimer nasce de problemas na estrutura de proteínas do cérebro. Entre as proteínas, a forma é a função: assim, se uma delas não consegue assumir de maneira correta seu formato em três dimensões, torna-se inoperante ou até nociva. É o caso da proteína beta-amilóide: resultado de um problema desse tipo, ela se acumula em placas nas células nervosas e simplesmente as arrebenta, abrindo verdadeiros buracos no cérebro que, no fim das contas, levam o paciente de Alzheimer à morte. Não há cura conhecida hoje.

Os pesquisadores, entre os quais o português Nuno Sousa, da Universidade do Minho, partiram da pista de que os doentes de Alzheimer são mais ansiosos que as pessoas normais. Além disso, possuem níveis mais altos de glicocorticóides, substâncias que são liberadas pelo organismo nas primeiras fases do estresse.

Examinando ratos de laboratório sob situações de estresse, os pesquisadores viram que, de fato, a situação era acompanhada pela liberação de glicocorticóides e pelo processo de fabricação errada de proteínas que leva às placas de beta-amilóide. A descoberta pode tanto repercutir na transformação do estresse como fator de risco para Alzheimer como para outra questão mais prática. É que os glicocorticóides hoje são dados aos pacientes com a doença -- o que, na verdade, pode ser uma péssima idéia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]